No próximo domingo, Lewis Hamilton entra no seu monolugar no início de uma temporada que poderá ser histórica para o britânico que, caso conquiste o seu oitavo título, tornar-se-á no piloto mais vezes campeão da Fórmula 1.
Mas à procura de evitar esse registo histórico estão outros 19 pilotos de 10 equipas, que procuram interromper a série vitoriosa de Hamilton e da Mercedes. Eis os 20 pilotos que vão colocar o pé no acelerador a partir de domingo.
Mercedes
Lewis Hamilton (Reino Unido)
Com um recorde de 95 vitórias e um recorde partilhado de sete títulos de campeão mundial, Hamilton tem feito mais do que muitos julgaram possível, subindo ao mesmo pedestal que Michael Schumacher. O recém-nomeado cavaleiro da Coroa Britânica Sir Lewis, que já conquistou mais 'poles' e mais pódios que qualquer outro na história do campeonato, é o favorito a garantir o direito de ser considerado o 'GOAT' [Greatest of All Times - Melhor de Todos os Tempos] na Fórmula 1, com um oitavo título que poderá ser o seu 'Canto do Cisne'.
Valtteri Bottas (Finlândia)
Emergiu como muito mais que um simbólico companheiro de equipa, perseguindo as migalhas deixadas por Hamilton, ainda que seja mais vezes o mais rápido nos treinos de sexta do que 48 horas depois, quando realmente interessa. Para Hamilton, Bottas "fala na pista, tenho um enorme respeito por ele". Isto surgiu depois do finlandês ter-lhe tirado a 'pole' no Grande Prémio de Emilia-Romagna. Assinou, tal como Hamilton, uma extensão de contrato de um ano até ao final da presente época.
Ferrari
Charles Leclerc (Mónaco)
O monegasco estará à espera de uma época melhor do que a anterior, o que não deve de ser difícil depois de um carro que contribuiu para a pior temporada da equipa em 40 anos. Terminou em oitavo, chegando ao pódio apenas duas vezes e estará ansioso para criar novas memórias e mais positivas com um carro melhorado para capitalizar o seu talento.
Carlos Sainz (Espanha)
Substituiu o bicampeão mundial Fernando Alonso na McLaren e agora entra para o lugar do tetracampeão Sebastian Vettel na Ferrari para formar a dupla mais jovem da equipa em 50 anos. Em Sainz, a Ferrari sente que encontrou a peça certa para o seu 'puzzle', apontando para a sua habilidade técnica, talento e caráter. Na temporada passada, Sainz terminou em sexto, duas posições à frente do seu novo colega de equipa.
Red Bull
Max Verstappen (Holanda)
Uma habilidade desenfreada, um espírito competitivo afiado e a agilidade de um condutor de 'streetracing' contribuem para a sua posição como o aparente herdeiro da coroa de Hamilton. Uma queda na forma da Red Bull e a excelência implacável da Mercedes foram contra o objetivo do título, mas uma vitória na última corrida de 2020 e a boa forma apresentada nos testes da semana passada sugerem que a Mercedes pode não ter a vida facilitada. Verstappen foi o melhor, sem contar com os homens da Mercedes, com duas vitórias e 11 pódios. Uma melhoria é visível, com a Honda a fornecer um novo motor na sua última temporada na modalidade. Seria um presente de despedida em grande da marca nipónica, se o holandês quebrasse a hegemonia de Hamilton e da sua equipa.
Sergio Perez (México)
O céu estava nublado para as perspetivas de o popular mexicano continuar na grelha em 2021, na penúltima corrida da última temporada. Estava sem contrato com a Racing Point e com zero vitórias nas suas 189 corridas. Mas uma vitória emocionante mereceu-lhe a chamada à Red Bull para substituir Alexander Albon, que permanece como piloto de testes da equipa, depois de uma primeira época inconsistente.
McLaren
Lando Norris (Reino Unido)
Nono a 97 pontos de Hamilton na sua segunda temporada na F1 no ano passado, o inglês de 21 anos está confiante em ser mais que o par de Daniel Ricciardo, depois de ter-se provado um parceiro equilibrado com o novo piloto da Ferrari Carlos Sainz. O piloto quer causar ondas na 'piscina' da F1 em 2021: "Estou numa fase inicial da minha carreira, mas preciso de ter um bom desempenho e não há mais desculpas".
Daniel Riccardo (Austrália)
O homem do sorriso dourado conta com o crescimento da McLaren para o ajudar a reacender a sua carreira depois de dois anos calmos na Renault. Debaixo da cativante boa disposição está uma natureza ferozmente ambiciosa, que aos 31 anos e depois de nove temporadas, está mais forte que nunca. O seu desempenho foi ofuscado pela equipa francesa nos últimos dois anos. Na McLaren, ele quer tornar-se num rosto familiar dos pódios, depois de apenas duas visitas ao mesmo nas duas últimas temporadas.
Alpine
Fernando Alonso (Espanha)
O campeão mundial de 2005 e 2006 com a Renault regressa ao seu primeiro amor, depois de dois anos de 'encontros' com Le Mans, o Dakar e o Indy 500. Insiste que aos 39 anos, depois de um exílio de dois anos e de uma cirurgia ao maxilar no mês passado devido a um acidente de ciclismo, está na sua melhor forma. A última vez que Alonso arrancou na F1 foi com a McLaren em 2018, mas diz que agora é um piloto mais completo depois de vencer Le Mans por duas vezes, mas ter falhado a conquista do Indy 500 para repetir a 'Triple Crown' de Graham Hill, com a vitória no Grande Prémio do Mónaco, Le Mans e Indy 500.
Esteban Ocon (França)
Ocon afirma esta ansioso para reviver "as sensações do pódio" depois de as experimentar pela primeira vez quando foi segundo no Bahrein, numa equipa reformulada da Renault, com um novo nome. Rápido, determinado, sem medo de batalhas difíceis e com 24 anos, está impaciente pela sua primeira vitória no principal escalão, depois de ter sido campeão em GP3 em 2015, mostrando do que é capaz com a Manor e a Force Índia, com um ano sabático pelo meio, no 'banco' da Mercedes.
AlphaTauri
Yuki Tsunoda (Japão)
As suas exibições surpreendentes nos testes de pré-temporada serviram para mostrar que este recém-chegado está prestes a causas um impacto considerável na sua primeira época. Com apenas Max Verstappen à sua frente, Tsunoda superou o seu herói Lewis Hamilton e uma série de outros pilotos para marcar o segundo melhor tempo. No domingo, de volta a Sakhir, prevê deixar a cautela nas 'boxes' e "pressionar desde o início. Não me quero preocupar em cometer erros. Quero arrancar e atacar". O primeiro piloto japonês a competir na Fórmula 1 desde Kamui Kobayashi em 2014, tem apenas 1,59 metros e foi para o ginásio para ganhar peso, depois de confessar que nem conseguia levantar a cabeça depois de fazer 123 voltas em Abu Dhabi nos testes de dezembro. Foi eleito o 'rookie' [novato] do ano passado depois de terminar em terceiro na sua época de estreia na equipa britânica Carlin, no campeonato de Fórmula 2.
Pierre Gasly (França)
Um ano depois da despromoção da Red Bull para a equipa 'irmã', o francês alcançou o seu primeiro sucesso num Grande Prémio, numa corrida caótica em Monza, naquela que foi apenas a segunda vitória de sempre da equipa. Demorou o seu tempo a recuperar de uma difícil experiência ao lado de Verstappen na Red Bull e o campeão de GP2 de 2016 estará ansioso por manter a forma da última temporada. Com velocidade e habilidade inatas, a estrada está livre para a sua melhor época.
Aston Martin
Sebastian Vettel (Alemanha)
O quatro vezes campeão com a Red Bull passou por uma última época miserável com a Ferrari, terminado num humilhante 13.º lugar no campeonato de pilotos. Mas o alemão voltou a falar num quinto título de campeão do mundo com a uma equipa da Racing Point rebatizada. Admite que não esteve no seu melhor em 2020, mas fez as pazes com isso e o vencedor de 53 grandes prémios - só Hamilton e Schumacher venceram mais - acredita que ainda tem todos os ingredientes necessários para vencer o campeonato com a famosa marca britânica, que regressa à Fórmula 1 pela primeira vez de 1960.
Lance Stroll (Canada)
O filho de 22 anos de Lawrence Stroll, dono da equipa, pode ser tido facilidade em chegar ao desporto, mas as suas prestações ajudaram a silenciar aqueles que questionavam se merecia o seu lugar na grelha. Velocidade crua, zelo competitivo e uma parceria benéfica com o antigo colega Sergio Perez ajudaram-no a alcançar a sua primeira 'pole' em Istambul, ultrapassando Hamilton e companhia em condições traiçoeiras. Ficou em 10.º no final da temporada, com 74 pontos.
Alfa Romeo
Kimi Raikkonen (Finlândia)
Hamilton não foi o único a bater recordes em 2020, com o 'pai' da grelha a começar a sua 323.ª corrida no Grande Prémio de Eifel, em Nurburgring. Chegou com 21 anos à Sauber, em 2001, arrecadou o título mundial com a Ferrari em 2007 e agora aproveita o crepúsculo da sua carreira na sua primeira equipa, ainda que com um nome diferente. Um modesto 16.º lugar e os quatro pontos conquistados na última temporada é algo que quererá ultrapassar.
Antonio Giovinazzi (Itália)
Igualou a soma de pontos do seu ilustre colega de equipa no ano passado, depois de prolongar o seu período com a equipa com um despertar, depois de uma primeira metade de 2019 pouco impressionante. Vice-campeão da GP2 para Gasly, pode almejar a manter o seu progresso com um lugar seguro.
Haas
Mick Schumacher (Alemanha)
Nove anos depois da última corrida do pai Michael, o nome Schumacher está de volta à grelha com Mick, filho da lenda da F1, a subir à Haas depois de se sagrar campeão de Fórmula 2. O jovem de 22 anos diz estar orgulhoso se seguir as pisadas do pai, mas outro filho de um campeão mundial avisa as pressões que vai sentir. "Não é fácil ser 'o filho de'. E com o Nick é 10 vezes mais difícil, porque a era de Michael não foi assim há tanto tempo e teve muito mais sucesso", disse Nico Rosberg.
Nikita Mazepin (Rússia)
O segundo 'novato' da equipa é o filho de 22 anos do bilionário Dmitry Mazepin, diretor não executivo da empresa russa Uralkali, o principal patrocinador da equipa da Haas. Ocupa o seu lugar depois da equipa realizar uma investigação interna a um vídeo que surgiu nas redes sociais e que o mostra a tentar tocar no seio de uma mulher.
Williams
George Russell (Reino Unido)
Na sua segunda época, Russell foi apontado ao estrelado pelo chefe da Mercedes Toto Wolff, depois do piloto de 23 anos ter ocupado o lugar de Hamilton no Bahrein, que ficou fora devido a infeção por COVID-19, batendo Valtteri Bottas no treino de sexta-feira. Provavelmente teria sido a notícia dessa corrida, ao conquista-la, não fosse um pit-stop desastroso e um furo tê-lo deixado no nono lugar. Com novos donos e o ex-campeão Jenson Button como consultor, Russell pode olhar para a campanha com muito otimismo.
Nicholas Latifi (Canada)
Tal como Lance Stroll, Latifi, de 25 anos, é o filho de um bilionário. Na sua segunda época na equipa depois de subir do lugar de reserva, ainda busca o seu primeiro ponto.
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