O Museu do Grande Prémio de Macau foi ontem inaugurado oficialmente, com as entradas diárias de visitantes reduzidas a metade, devido às medidas de prevenção da pandemia da covid-19, em vigor no território.
Os 16 mil metros quadrados do museu, renovado entre 2017 e março deste ano, permitem atualmente a entrada máxima diária de 2.200 visitantes, mas, por agora, as autoridades estabeleceram 1.100 pessoas por dia.
No inauguração, a diretora dos Serviços de Turismo de Macau, Helena de Senna Fernandes, afirmou que o principal objetivo da ampliação do museu foi "permitir que cidadãos e visitantes conheçam a cultura do Grande Prémio de Macau de forma mais inovadora, reforçando a experiência de educação e diversão".
Assim, o museu integra, entre outros, elementos de história, desporto e ciência, esperando-se que possa desempenhar funções de entretenimento e de aprendizagem, acrescentou.
Já à margem da cerimónia de inauguração, onde esteve presente o chefe do Executivo de Macau, Ho Iat Seng, e o secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong, entre outros, Helena Senna Fernandes indicou que, em maio, se registou uma descida dos visitantes no território.
O número de entradas em Macau em 30 de maio foi de "16 mil pessoas" e "de 20 mil no dia 31", afirmou.
“O número de visitantes em maio desceu em comparação com os dados médios de visitantes, que é entre 20 mil e 30 mil por dia em maio”, sublinhou.
A responsável lembrou que as “alterações na situação da pandemia na província de Guangdong [sudeste da China] tem um impacto direto no número de visitantes em Macau, no verão”.
Guangdong, que faz fronteira com Macau, detetou dezenas de casos de covid-19 desde 21 de maio passado, situação que levou as autoridades locais a impor, na segunda-feira, restrições à circulação interna de pessoas, ao ditar que quem quiser sair da província deve fazer um teste à covid-19.
Macau identificou apenas 51 casos de covid-19 desde o início da pandemia, mas as restrições fronteiriças e a ausência de visitantes praticamente paralisaram a economia, quase exclusivamente dependente da indústria dos casinos e do turismo chinês.
Após o reinício, no final de setembro, da emissão dos vistos individuais e de grupo da China continental para o território, suspensos desde o início da pandemia, o número de turistas tem subido gradualmente, ainda que continue muito abaixo da média de cerca de três milhões de visitantes registada por mês em 2019.
Senna Fernandes adiantou que a Direção do Turismo está a planear mais quatro ações de promoção nas cidades chinesas de Xiamen (sudeste), Tianjin (norte), Taiyuan (centro) e Chengdu (sudoeste) para atrair mais turistas para Macau.
Por outro lado, a responsável indicou que “as autoridades da província de Jiangsu (nordeste) estão a planear a realização da 'semana de Jiangsu’ em Macau em outubro”.
Depois das obras de renovação, no montante de 479 milhões de patacas (cerca de 50 milhões de euros), o museu estende-se por quatro andares e apresenta várias instalações, jogos interativos e corridas de moto em realidade virtual (VR), além de carros e motos de pilotos famosos que participaram no Grande Prémio de Macau, como o alemão Michael Schumacher, o brasileiro Ayrton Senna ou o português Eduardo Carvalho.
Ayrton Senna é homenageado na composição de Alexandre Farto, mais conhecido como Vhils, que representa a histórica vitória do piloto brasileiro em Macau, em 1983, e inclui um retrato do piloto assim como do Ralt RT3 Toyota que conduziu para a equipa Theodore Racing.
Durante o período experimental de funcionamento, entre final de março e maio deste ano, o museu recebeu aproximadamente 12 mil visitantes.
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