Os ex-pilotos de Fórmula 1 Tiago Monteiro e David Coulthard disseram hoje que esperam um Grande Prémio de Portugal “muito interessante”, numa pista de Portimão “desafiante” e “brilhante”, que esperam que se mantenha no calendário.
Os dois pilotos marcaram presença no Campo Pequeno, em Lisboa, num evento de antevisão à terceira prova do Mundial de Fórmula 1, que se realiza no Autódromo Internacional do Algarve (AIA), em Portimão, de 30 de abril a 02 de maio.
“É uma pista desafiante pelas dificuldades naturais, como as curvas cegas e as subidas e descidas. Estas características todas fazem com que o espetáculo seja bom. Vamos ter uma prova muito interessante”, previu Tiago Monteiro, o último português a competir na Fórmula 1, em 2005 e 2006, tendo conquistado um terceiro lugar no Grande Prémio dos Estados Unidos.
O escocês David Coulthard, que pilotou na Fórmula 1 entre 1994 e 2018, alcançando a sua primeira de 13 vitórias em Portugal (1995), considera haver semelhanças entre a pista de Portimão com as de Spa, na Bélgica, e de Imola, em Itália, apesar de ser “única”, apontando igualmente ser “brilhante e fantástica para os pilotos”.
“A elevação [da pista] é algo que traz à vida a sensação de conduzir um carro, tal como as curvas cegas. A curva 11 é especialmente desafiante. Portimão é um circuito único e os pilotos estão ansiosos de estar aqui”, sublinhou o britânico, de 50 anos.
Por isso, “era muito importante estar presente e não deixar fugir a oportunidade” de o circuito constar no Mundial, até pelas opiniões favoráveis dos pilotos, que são “uma voz muito importante”, embora existam outros fatores a ter em conta, entende Tiago Monteiro.
“É um negócio de alto nível e tem de haver muitos interesses, uma certa lógica financeira para o país, para os patrocinadores e para o campeonato. Tem de haver um ‘bolo’ que resulte bem. O impacto e o sucesso televisivo também são importantes, tudo isso ajuda”, explicou.
Depois de duas corridas, o heptacampeão mundial Lewis Hamilton (Mercedes) chega a Portugal na liderança do campeonato, com 44 pontos, mas tem a forte concorrência do holandês Max Verstappen, apenas um ponto atrás, numa luta pelo título que os ex-automobilistas acreditam ser benéfica para a modalidade.
“Ele [Hamilton] vai ter luta. As coisas estão um pouco mais animadas e difíceis para ele, o que é bom para nós, visto de fora. A Fórmula 1 não ganha com domínios de ninguém e acho que, este ano, vamos ter mais luta”, expressou Tiago Monteiro, que, ainda assim, optou pelo inglês para a vitória em Portimão, em busca da centésima ‘pole position’ da carreira.
Já David Coulthard apontou a “fome de vencer” dos dois pilotos da Red Bull, Verstappen e o mexicano Sergio Pérez, mas lembrou outros pilotos fora da Mercedes e da equipa austríaca que têm uma palavra a dizer, casos do britânico Lando Norris e do australiano Daniel Ricciardo, ambos da McLaren, ou do monegasco Charles Leclerc, da Ferrari.
Contrariamente à prova de outubro de 2020, que contou com público nas bancadas, a corrida deste fim de semana vai disputar-se num recinto vazio, o que é “triste para o espetáculo”, mas que “não tem um impacto direto” como noutros desportos.
“A presença de público faz parte da experiência. Contudo, no carro, durante a corrida, focas-te no momento e não estás ciente da presença de público. Em todos os outros momentos, [o público] faz parte de um Grande Prémio”, assinalou Coulthard.
O Grande Prémio de Portugal, terceira corrida da temporada de 2021, disputa-se, pelo segundo ano consecutivo, no Autódromo Internacional do Algarve (AIA), em Portimão, com os treinos livres em 30 de abril, a qualificação em 01 de maio e a corrida em 02 de maio.
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