O francês Sébastien Ogier (Ford Fiesta) conquistou hoje o quinto título mundial de ralis consecutivo, tornando-se o segundo piloto mais vitorioso na disciplina, apenas atrás do compatriota, homónimo e antecessor Sébastien Loeb.
Ogier aproveitou a ‘reforma’ de Loeb, que monopolizou o campeonato durante quase uma década, tendo arrebatado nove títulos mundiais consecutivos, entre 2004 e 2012, para estabelecer uma nova ordem, que o tornou, aos 33 anos, figura incontornável do automobilismo.
O francês, campeão entre 2013 e 2017, deixou para trás dois outros nomes sonantes do Mundial de ralis, os finlandeses Juha Kankkunen e Tommi Mäkinen, antigos tetracampeões mundiais, e parece mesmo poder ameaçar o recorde de Loeb, que se presumia inalcançável.
O novo pentacampeão do mundo desequilibrou também a ‘balança’ de países a favor da França, que passou a contar 15 cetros, contra 14 da Finlândia, com a diferença de os nórdicos os terem divididos por sete pilotos e os franceses por apenas três: Ogier, Loeb e Didier Auriol.
O terceiro lugar obtido hoje no Rali do País de Gales, permitiu a Ogier assegurar a conquista do título a uma prova do fim do campeonato de 2017, ao deixar o belga Thierry Neuville (Hyundai i20) a irrecuperáveis 32 pontos, o primeiro grande êxito na Ford, depois de ter vencido os quatro Mundiais anteriores ao volante de um Volkswagen.
Natural de Gap, Ogier iniciou a carreira nas provas de captação de jovens pilotos franceses, ascendendo ao Mundial de ralis em 2009 com o ‘alto patrocínio’ da Citroën, para a designada Junior Team, na qual alcançou a primeira vitória, no ano seguinte, precisamente, em Portugal.
O triunfo no Algarve levou os responsáveis da Citroën a colocarem um carro oficial nas mãos do seu jovem pupilo na segunda metade do campeonato de 2010 e Ogier não desiludiu tendo vencido no Japão e terminado em segundo lugar no difícil Rali da Finlândia.
Em 2011, venceu cinco provas, reeditando o sucesso em Portugal, mas terminou o Mundial no terceiro lugar, mas a convivência com Loeb não foi pacífica e Ogier deixou a Citroën no fim da temporada, por considerar que nunca poderia ser campeão enquanto o compatriota estivesse na equipa.
Ogier apostou na Volkswagen e no desenvolvimento do Polo R WRC, que apenas faria a estreia oficial na época seguinte, o que o levou a participar no campeonato de 2012 ao volante de um pouco competitivo Skoda Fabia S2000, tendo como melhor resultado um quinto lugar, na Itália.
A entrada da Volkswagen no Mundial de Ralis, em 2013, não poderia ter sido mais triunfante, com Ogier a vencer nove das 13 provas, beneficiando do facto de Loeb ter participado em ‘part time’, ainda assim impondo-se em dois dos quatro ralis que disputou.
Ogier e a Volkswagen prolongaram o sucesso nos três anos seguintes, em 2014, 2015 e 2016, até que o surpreendente abandono da competição por parte da marca alemã levou o francês a procurar uma nova ‘casa’, optando pela M-Sport, sempre com o compatriota Julien Ingrassia como copiloto do Ford Fiesta.
Ao volante de um Fiesta WRC, Ogier viveu o ano com menos triunfos desde 2012, tendo-se imposto apenas em Monte Carlo e, de novo, em Portugal, mas apresentando um registo de nove presenças no pódio, que lhe permitiu sagrar-se campeão a uma prova do fim do campeonato.
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