O presidente do Automóvel Clube de Portugal, Carlos Barbosa, considerou hoje que o Rali de Portugal a norte vive bem sem “jogadas ou manobras políticas”, num projeto que em 2015 proporcionou “retorno financeiro ímpar”.
“(Em 2015) O governo cortou o apoio ao Rali de Portugal, acontecimento estranho, pois foi quando anunciámos que viria para o norte. Mesmo assim, seguimos sem medo ou vontade de ir a trás. Sem o apoio do Estado, que deveria dar as mesmas condições e oportunidades a todos os portugueses que pagam impostos em todo o país”, criticou.
Em Matosinhos, na apresentação da prova, que vai decorrer de 19 a 22 de maio, em 13 municípios do norte, o dirigente saudou “o regresso às origens do Rali de Portugal, quando muitos temeram, criticaram e vaticinaram o seu fim”.
“A recompensa foi rápida, com centenas de milhares de adeptos espalhados pela região nos quatro dias de prova. Uma grande estalada no centralismo bacoco de Lisboa – que agora chamo de parolo - dado pelo estudo de impacto económico, com um valor recorde na história da prova”, vincou.
O dirigente criticou o Estado, que, segundo os seus dados, “arrecadou 24,3 milhões de euros de receita fiscal com uma prova que se recusou apoiar”.
O responsável revelou dados do retorno económico para os municípios, que oscilou de 358 mil euros até aos 5,4 milhões, com um “impacto direto de 25,4 milhões” nas autarquias que integram o projeto. “Aqui vive-se uma paixão única e conhecida. Não é por acaso que o norte está na moda na Europa”, acrescentou.
Melchior Moreira, responsável da Região de Turismo do Porto e Norte de Portugal, deu mais dados, destacando o “retorno económico total de 127 milhões de euros para a região e país”.
“Em 2015 verificou-se o exemplo de união da região em torno de objetivo comum, nomeadamente com o envolvimento dos 13 municípios no que toca à organização e promoção, destacando-se o espírito de grupo e entidade regional. Depois do Euro2004, este é o evento desportivo mais mediático em Portugal e com maior retorno económico”, completou.
O autarca de Matosinhos, Guilherme Pinto, onde fica sedeado o ‘circo’ da prova do Mundial de ralis, destacou as condições “excecionais”, elogiou a cooperação entre as várias autarquias e vaticinou que no futuro “será difícil o Rali de Portugal deixar a região”.
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