O teqball adquiriu representação federativa em Portugal em novembro, fortalecendo uma associação criada há três anos para estreitar relações com clubes, facilitar a requisição de equipamentos e amealhar créditos em provas internacionais.
"Queremos promover, desenvolver e regulamentar a prática da modalidade, organizar competições nacionais e regionais, além de formar treinadores e diretores técnicos. O nosso objetivo é facilitar aos clubes e autarquias a compra de mesas para que tenhamos o maior número de espaços equipados e haja uma boa divulgação e acesso à prática", referiu à agência Lusa Károly Henczi, presidente da Federação Teqball Portugal (FTP), sediada em Lisboa.
Após dificuldades iniciais, o húngaro conseguiu implementar uma "modalidade nova e desconhecida" à boleia de alguns contactos, entre os quais Jorge Silas, então futebolista do Cova da Piedade e atual treinador do Sporting, com quem deu "um passo histórico" em 2016, ao levantar a Associação Portuguesa de Teqball.
"O clube tinha uma mesa, os companheiros dele jogavam antes e depois dos treinos e levavam aquilo muito a sério. O Silas confessou-me que melhorou o jogo de cabeça com 30 e tal anos através deste desporto", destacou.
Ainda não há emblemas dedicados em exclusivo ao teqball, mas alguns já contam com mesas apropriadas nos balneários, que são produzidas pelo único fabricante oficial, rondam os 2.000 euros e só podem ser adquiridas pela Internet.
"Sporting e FC Porto utilizam estas mesas na formação, que são complementares aos treinos e melhoram a nossa técnica de maneira divertida. Jogar teqball significa muitos toques de muita variedade e facilita o primeiro toque, que é essencial no futebol profissional", reconheceu.
Sem provas internas, Portugal "nunca deixou passar" os eventos regulados pela Federação Internacional de Teqball (FITEQ), sobretudo os dois Mundiais realizados na Hungria e em França nos últimos dois anos, que misturaram atletas federados com antigos futebolistas.
Depois de ter alcançado os oitavos de final em 2018 nas vertentes de singulares e pares, a formação das ‘quinas' prepara-se para voltar ao Campeonato do Mundo, a realizar entre 06 e 08 de dezembro, em Budapeste.
"Melhorar o desempenho? Acho que sim, mas com cuidado, porque há 62 países a competir e uma evolução muito grande na dinâmica do jogo. Ficar nos 16 primeiros é o nosso alvo nas duas provas e já dá para ganhar algum dinheiro, até porque serão repartidos prémios monetários de 150.000 dólares [cerca de 136.000 euros]", apontou Károly Henczi.
Portugal estará representado por Rafael Pio e pela dupla composta por Bernardo Bento e João Pinheiro, deixando em casa Duarte Menezes, o melhor atleta luso no ‘ranking' mundial, na 11.ª posição, com 611 pontos, menos 25 que o líder romeno Barna Szecsi, atual campeão mundial.
Apesar da falta de praticantes profissionais em Portugal, o dirigente congratula-se com a criação da FTP, cuja escritura foi assinada na terça-feira e vai proporcionar um torneio promocional no domingo em Odivelas, antes de lutar pelo estatuto de utilidade pública desportiva.
"Estamos a trabalhar para em 2020 termos uma sede que permita montar um ‘teqballcenter', onde todos os entusiastas possam experimentar e treinar", garantiu Károly Henczi, sugerindo o aumento do pessoal federativo em prol de uma modalidade sem estatuto olímpico, mas com presença assegurada nos Jogos Asiáticos de 2022.
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