
A Federação Internacional de Judo (FIJ) vai levantar a suspensão imposta à Federação Portuguesa (FPJ), por dívidas, decisão que permitirá aos sete judocas lusos competirem nos Mundiais com as insígnias do país, informou hoje a FPJ.
“A Federação Portuguesa de Judo (FPJ) informa que vai ser levantada a suspensão que impedia a participação de atletas portugueses em provas internacionais sob representação nacional, incluindo o Campeonato do Mundo que se realiza na próxima semana em Budapeste”, informou o organismo à agência Lusa.
O reverter da situação resultou de uma reunião mantida na quarta-feira em Budapeste, entre o presidente da FPJ, Sérgio Pina, representantes da Federação Internacional, e o presidente do Comité Olímpico de Portugal, Fernando Gomes.
Nos Mundiais de Budapeste, que se realizam entre 13 e 20 de junho, Portugal contará com os judocas Catarina Costa (-48 kg), Taís Pina (-70 kg), Patrícia Sampaio (-78 kg), Miguel Gago (-66 kg), Otari Kvantidze (-73 kg), João Fernando (-81 kg) e Jorge Fonseca (-100 kg).
A FPJ sublinha ter contado nesta crise com importante apoio “institucional e diplomático” do COP, além de uma “colaboração decisiva” de António Silva, presidente Liga Europeia de Natação, e de Viktor Huszar, cocriador da modalidade de Teqball e atual chairman da Federação Internacional de Teqball, que também estiveram presentes na reunião em Budapeste.
“O acordo alcançado ontem [quarta-feira] prevê o levantamento imediato da suspensão, com a correspondente participação plena dos atletas portugueses no próximo Mundial, e a definição de um plano de pagamentos faseado, compatível com a realidade financeira da FPJ, que já hoje efetuou a primeira transferência bancária”, referiu o organismo.
A iminente resolução do problema, que surgiu face a uma dívida de 800.000 euros da FPJ à Federação Internacional - devido à realização dos Grand Prix de Portugal de 2023 e 2024 e dos Mundiais de juniores -, permite, segundo Sérgio Pina, ao judo português sentir "alívio".
“Este é um dia de alívio e enorme satisfação para todos os que vivem e sentem o judo português. O nosso principal objetivo foi sempre proteger os atletas e garantir que Portugal continuaria representado ao mais alto nível — e conseguimo-lo num tempo recorde. Quero expressar o meu profundo agradecimento ao presidente do COP, Fernando Gomes, cujo empenho e diplomacia foram, absolutamente, fundamentais para desbloquear esta situação. Bem como o envolvimento de António Silva e Viktor Huszar, que foram também cruciais para alcançarmos um acordo justo e viável”, disse o dirigente.
Pina acrescentou que agora o mais importante "é devolver a estabilidade aos atletas e apoiá-los, como até aqui, para que possam dar o seu melhor já no Mundial”.
O responsável disse ainda que a FPJ quer aproveitar para "renovar o compromisso com a boa gestão financeira e a defesa dos interesses dos atletas e treinadores nacionais, com o foco na valorização do judo português e na preparação para os Jogos Olímpicos de Los Angeles 2028 e de todas as competições de alto nível que os antecedem".
*artigo atualizado às 16:14 com Lusa
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