Inês Barros, que se sagrou campeã europeia de tiro com armas de caça (trap), valoriza mais a conquista da vaga olímpica para Paris2024 do que a medalha de ouro conseguida, "que veio complementar tudo".
"Para mim, as duas coisas são importantes, mas vou ser sincera: se ficasse em terceiro, em segundo ou mesmo em quarto lugar, eu, se tivesse a quota conquistada, já ficava feliz da minha vida, porque era esse o grande objetivo e o ouro só veio complementar tudo", disse à agência Lusa a atiradora, hoje sagrada campeã em Osijek, Croácia.
Para Inês Barros, fica seguramente a "sensação do objetivo realizado, pelo qual muito tempo se tem trabalhado e finalmente acontece".
"Desde sempre, desde que comecei a atirar, que tenho os meus objetivos bem definidos para os Jogos, mas agora só quero mesmo é desfrutar de tudo o que aconteceu nesta prova", confessa a atiradora, que espera ser a representante lusa em Paris: "No nosso desporto, quem ganha a quota é quem vai, a não ser por motivos de força maior - se acontecer alguma coisa imprevista, é que não será assim".
A atiradora lusa reconhece, à Lusa, a importância do apuramento feminino inédito, até mesmo por uma questão de imagem global.
"É dizer que nós, mulheres, também estamos aqui, e ainda temos hipóteses de preencher a outra vaga. Acredito nisso e acredito que isto ainda vai melhorar muito e vai melhorar a imagem do tiro como desporto de homens”, defendeu.
Hoje, na final de Osijek, Inês Barros bateu a italiana Silvana Stanco, medalha de prata, e a espanhola Fátima Galvez, anterior campeã europeia, que desta vez ficou com o bronze.
A atiradora lusa chegou ao grupo de seis finalistas na primeira posição, com 118 pratos nas cinco séries da qualificação (24+25+24, no sábado, e 23+22, hoje).
Na final, foi de novo a mais certeira, com 43 pratos partidos, face aos 38 da italiana Silvana Stanco.
A nova campeã ainda vai competir na prova de equipas mistas, fazendo dupla com João Paulo Azevedo.
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