O selecionador português de maratonas, especialidade da canoagem, apontou hoje para a conquista de “três ou quatro” medalhas nos Europeus, que decorrem de quinta-feira a domingo em Ponte de Lima, moderando as expectativas por ser início de temporada.

“Três ou quatro medalhas. Podemos fazer mais que isto, temos valor para isso, mas, se conseguirmos pelo menos quatro, já era bem bom. Temos vários atletas que já foram pódio em europeus, mas como é a primeira competição da época… E eu também não gosto de embandeirar em arco…”, justificou Rui Câncio.

Portugal conquistou seis medalhas, tanto nos Europeus quanto nos Mundiais de 2024, sendo que, na prova continental, sobressaiu o primeiro lugar da dupla José Ramalho/Fernando Pimenta, em K2, bem como os ouros juniores de Maria Luísa Gomes, em K1, e João Sousa e Francisco Batista, juntos em K2.

As maiores expectativas de pódio de Rui Câncio estão depositadas nos experientes José Ramalho e Fernando Pimenta, adversários na regata curta de K1 e juntos na prova longa de K2.

“O José Ramalho é claramente o atleta com maior longevidade, ao nível da maratona. Desde 2009 (o seu primeiro pódio mundial) que compete ao mais alto nível. Que me lembre, não há ninguém na maratona que tenha tirado sempre medalhas ao fim de 16 anos sempre a competir. Ele continua e vai continuar assim pelo menos mais um bom par de anos”, vaticinou.

Quanto a Fernando Pimenta, destacou a “figura de proa da canoagem mundial”, que, estando presente em Ponte de Lima, a sua terra natal, numa disciplina que não é a sua de eleição, vem valorizar o trabalho dos maratonistas portugueses.

“Só temos é que enaltecer o facto de termos um atleta com a visibilidade tão grande como ele tem, poder competir num dos eventos realizados em Portugal. Obviamente que é mais um motivo para atrair o público e os media para os Europeus de Ponte de Lima”, considerou.

Elogiou ainda Rui Lacerda, igualmente limiano, vice-campeão da Europa em canoas (C1) e que tem igualmente um vasto currículo na especialidade, transversal nos vários escalões.

Rui Câncio considera que estes são “os melhores barcos” lusos para as medalhas, confiando sobretudo em Pimenta para a K1 short-race, José Ramalho para a prova longa de K1, nesta dupla unida no K2, bem como em Rui Lacerda em C1 e C2, acreditando ainda em “brilharetes” de canoístas juniores e sub-23.

Defende que o circuito de Ponte de Lima se traduz num percurso propício às características dos maratonistas portugueses, “com águas pouco baixas, boas para atletas menos pesados”, além de todos conhecerem muito bem o percurso, por serem limianos ou por já várias vezes lá terem competido.

O campeonato nacional de maratonas realizou-se no local do Europeu, onde os lusos têm treinado mais regularmente antes da competição continental.