O presidente da Federação Portuguesa de Canoagem (FPC), Vítor Félix, manifestou hoje estranheza pela acusação da federação de surf (FPS) quanto à alegada usurpação da tutela do stand up paddle (SUP), lembrando que também pode organizar essas competições.

“O Tribunal Arbitral do Desporto [TAS] decidiu que ambas as federações internacionais podem organizar campeonatos do mundo e que as federações nacionais podem desenvolver a modalidade. No entanto, se alguma vez o SUP for olímpico, será a federação de surf a assegurar essa participação e organização”, esclareceu.

Em declarações à Lusa, o dirigente comentava as acusações da FPS de ingerência da FPC na tutela do stand up paddle, recordando a queixosa que é o único organismo autorizado por lei a gerir a modalidade em Portugal.

“De facto, existe uma lei que protege e define que apenas uma federação pode desenvolver uma modalidade, mas nós não a temos como atividade nacional, antes temos uma embarcação, em que o atleta pagaia em pé”, esclareceu.

A este propósito, especificou que nos caiaques (K) o competidor pagaia sentado, nas canoas (C) com o joelho apoiado e no SUP canoe este o faz em pé.

“Estas são as três embarcações que a canoagem possui a nível nacional com bastante desenvolvimento. Temos muitos praticantes no SUP canoe, os clubes abraçaram-no e está em franco crescimento. Alguns dos atletas até estão filiados nas duas federações”, revelou.

Vítor Félix contou ainda que a FPC propôs à FPS “desenvolver atividades em comum”, contudo esta recusou o desafio.

“Os praticantes de SUP em Portugal é que nos pedem para organizar mais provas, porque reconhecem que a FPC tem mais capacidade do que a FPS, que está completamente alheada do que é a realidade do SUP”, comentou.

O dirigente disse que pensava que esta situação estava “completamente ultrapassada” e considerou “estranho” que João Aranha esteja a levantar a questão nesta altura, recordando que a FPC participa desde 2019 nos Mundiais organizados pela sua federação internacional, sendo os próximos em novembro na Tailândia.

“É extemporânea a situação levantada pela FPS. E não é relevante”, concluiu.

João Aranha disse hoje que há "uma federação que não é reconhecida como a entidade que tutela o SUP no nosso país, mas que, mesmo assim, pretende levar atletas a um Mundial de Canoagem organizado por uma entidade que também não tem a tutela olímpica deste desporto", defendendo que essa situação "peca por ilegalidade e ilegitimidade", pelo que reclama "uma resolução por parte das entidades competentes”.