Foi com surpresa e emoção que Jorge Braz voltou hoje a entrar na antiga Escola Industrial e Comercial de Chaves, no distrito de Vila Real, que frequentou entre os anos de 1986 e 1991, e que encheu para homenagear o selecionador português de futsal.
Além de uma viagem pelas memórias dos tempos de estudante e de momentos musicais promovidos pelos alunos da, agora, Escola Secundária Dr. Júlio Martins, Jorge Braz foi agraciado com a medalha e o livro do centenário do Agrupamento onde deu o pontapé de saída para o mundo do desporto.
“Foi muito, muito especial. Foi a surpresa, o não estar a contar, e o regressar à minha querida escola técnica, como dizíamos. Foi poder rever colegas de turma, do futebol, da opção de desporto, professores, administrativos. Vêm à memória momentos fantásticos e, no fundo, foi mesmo onde tudo começou”, frisou o selecionador à agência Lusa.
Jorge Braz explicou que “a vontade de seguir a opção de desporto” o levou a mudar-se de Sonim, no concelho de Valpaços, para Chaves, sendo que a escola onde hoje foi homenageado o “marcou completamente”.
O selecionador defendeu, por isso, a importância de “respeitar o passado” e as raízes, passando esta mesma mensagem às várias turmas presentes.
“Se não respeitarmos o passado, é difícil compreender o presente, onde estamos, e é muito difícil perspetivarmos o futuro. Tenho sempre um orgulho muito grande no meu passado, em Trás-os-Montes, em quem me ajudou, no fundo, no início do percurso, que nos dá aquela motivação extra e nos ajuda a orientar o que queremos. Compreendermos isso é fundamental”, reiterou.
Entre a plateia, a assistir a tudo, estava Jorge Dias, o primeiro treinador de Jorge Braz. Visivelmente emocionado pelo reencontro, não poupou nos elogios ao antigo aprendiz.
“Foi sempre muito ponderado, muito calmo, estudioso, muito atento e muito interessado. É muito emocionante, tive a oportunidade e a felicidade de o acompanhar em dois momentos da sua formação: primeiro, na escola, como professor, e, depois, no Desportivo de Chaves, em que iniciou a carreira como futebolista, no núcleo de juvenis”, revelou à agência Lusa.
Já Regina Seixas, antiga colega do selecionador e mentora da surpresa, descreveu a homenagem como “um momento único” pela ligação que ambos têm ao futsal.
“Foi surpreendido, com a colaboração da esposa e dos colegas de turma do tempo dele. Foi um grupo de trabalho excecional para conseguirmos ter aqui tão célebre pessoa”, vincou.
A par da homenagem ao percurso do selecionador, a iniciativa procurou demonstrar aos alunos a importância da escola enquanto rampa de lançamento para os sonhos que almejam cumprir.
“A escola pode ser o início, o meio de lançamento para todos estes jovens chegarem longe na vida, com os sonhos que têm, e o selecionador nacional Jorge Braz é exemplo disso”, frisou.
Também Gil Alvar, diretor do Agrupamento de Escolas Dr. Júlio Martins, destacou à agência Lusa a importância da presença do selecionador e o facto de o mesmo nunca esquecer as origens como referência e exemplo a seguir pelos estudantes.
“Pretendemos, por um lado, mostrar o reconhecimento da escola ao trabalho [do selecionador], reconhecido nacional e internacionalmente e, ao mesmo tempo, dar a entender aos alunos que, embora Chaves esteja no interior, tem todas as possibilidades para poder levar a nossa cultura, ciência e desporto a todo o mundo”, concluiu.
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