O guarda-redes Edu Sousa encontra-se a viver o sonho na íntegra no Mundial2024 de futsal, após a covid-19 no Mundial2021 e no Euro2022 o ter impedido de contribuir na totalidade para as conquistas da seleção portuguesa.

Em 2021, no que seria a sua estreia em fases finais, Edu Sousa recebeu o teste positivo à covid-19 na véspera da viagem para a Lituânia, e, poucos meses depois, aconteceu o mesmo na prova dos Países Baixos, embora ainda tenha voltado a integrar mais tarde o grupo, face à lesão de Bebé, enquanto o Campeonato da Europa já estava a decorrer.

“Foram dois momentos difíceis. Por sorte no Europeu ainda consegui voltar e desfrutar da competição, que consegui ganhar. O Mundial foi um bocado mais difícil. Lembro-me de estar no quarto fechado a ver os meus colegas e foi difícil, mas sempre acreditei e trabalhei para estar aqui novamente. À terceira foi de vez e estou a conseguir ajudar a equipa, com muita vontade de continuar e muito feliz”, afirmou, em entrevista à Lusa.

Os primeiros dias após o primeiro teste positivo foram difíceis ao ponto de “não querer falar com ninguém”, mas o espírito de família que se vive na seleção de futsal ajudou-o a ultrapassar todos esses “momentos de bater com a cabeça e a pensar muitas coisas”.

“Sempre disse que isto é uma família e isso foi o que me ajudou. Mesmo estando longe estavam sempre a integrar-me e parecia que estava com eles, estávamos todos os dias a fazer videochamadas ou faziam um golo e dedicavam-me. Estava sempre presente e isso ajudou-me muito a acalmar um bocado. Nos primeiros dois dias, não queria falar com ninguém, foram momentos muito duros”, disse o guarda-redes do ElPozo Múrcia.

Em nova chamada depois de todos os infortúnios, Edu Sousa é agora o dono da baliza portuguesa e reforçou a ideia do selecionador Jorge Braz, que desde o primeiro dia da concentração afirma que Portugal só regressará do Uzbequistão após o derradeiro dia, estando ‘selada’ a qualificação para os ‘oitavos’, discutindo com Marrocos a liderança.

“Queremos os nove pontos. Marrocos evoluiu muito nestes últimos anos e, há pouco tempo, saiu uma estatística em que eles estavam há cerca de 30 jogos sem perder, o que é uma loucura. Têm jogadores de muita qualidade técnica e tática, que jogam em grandes equipas na Europa. Acho que vai ser um rival muito duro para nós. Se formos Portugal e continuarmos a fazer o nosso trabalho, acho que vai cair para nós”, realçou.

Todos os integrantes consideram o grupo “uma família” e Edu Sousa não foge à regra, apontando que “muita gente já se conhece há muito tempo e ajudam muito a integrar um atleta novo” em qualquer concentração, o que ajuda toda a gente, incluindo-o a si.

“No meu caso, quando cheguei aqui não conhecia praticamente ninguém. Só conhecia o Ricardinho por jogar contra ele na Liga espanhola, mas era só duas ou três palavras. Foi logo no primeiro dia que percebi que isto é uma família, pois integram-te logo no grupo e fazem de ti como se estivesses aqui há muito tempo. Ajuda imenso”, reforçou.

Edu Sousa representa atualmente o ElPozo Múrcia, alinhando toda a partida perante o Tajiquistão e a primeira parte face ao Panamá, antes do encontro contra Marrocos, no domingo, às 13:30 (horas em Lisboa), na Humo Arena, na cidade uzbeque de Tashkent.