Remco Evenepoel foi hoje a única das figuras da 50.ª Volta ao Algarve a assumir a candidatura à vitória, com Wout van Aert, Geraint Thomas e Tao Geoghegan Hart focados apenas em melhorar a forma.
O desfile de estrelas do ciclismo mundial atraiu uma pequena multidão a Portimão, ponto inicial desta edição, onde as figuras do pelotão não se negaram a fotografias com fãs, pequenos e graúdos, nem a entrevistas rápidas, numa ‘flash interview’ improvisada pela qual passaram os belgas Remco Evenepoel, Wout van Aert e os britânicos Geraint Thomas e Tao Geoghegan Hart.
“Evidentemente, seria bom alcançar outro triunfo e, no final da semana, conseguir a terceira vitória na geral em três presenças”, confessou Evenepoel, o único dos nomes grandes da ‘Algarvia’ a assumir a candidatura à amarela final.
Embalado pelo triunfo na Clássica da Figueira, no sábado, no seu primeiro dia de competição em 2024, o belga da Soudal Quick-Step não escondeu que pretende tornar-se no segundo ciclista a chegar ao ‘tri’ na Volta ao Algarve, depois de Belmiro Silva (1977, 1981 e 1984).
“Vamos ver o que acontece, mas esta é sempre uma boa corrida para vencer”, acrescentou, revelando que, apesar de não ter visto “a lista de inscritos ao detalhe”, há muitos outros candidatos à vitória final, tal como Thomas Pidcock, Filippo Ganna, ambos da INEOS, ou Sepp Kuss (Visma-Lease a Bike), o vencedor da Vuelta2023.
Na verdadeira ‘barafunda’ de câmaras, adeptos e jornalistas – com os belgas esmagadoramente em maioria -, Wout van Aert dividiu-se entre os pedidos de ‘selfies’ e as perguntas dos media, escusando-se, contudo, a apresentar-se como candidato à 50.ª edição.
“O meu objetivo hoje é passar a jornada sem problemas e estar preparado para as etapas mais difíceis. As etapas mais duras serão ainda mais complicadas devido a ciclistas como o Remco e os da INEOS. Por isso, acredito que será difícil ganhar, mas será bom para preparar-me para as clássicas”, considerou.
O belga da Visma-Lease a Bike explicou que estava à procura de uma corrida por etapas para melhorar a condição física, após o bloco de treino do início do ano, e elegeu a Volta ao Algarve por ser “uma corrida bem desenhada, com um pouco de tudo”. “Em cinco dias, temos etapas fáceis, outras difíceis e um contrarrelógio. É uma boa combinação”, completou.
Também Geraint Thomas regressou à ‘Algarvia’ em busca de melhorar a forma, retirando-se imediatamente da lista de candidatos à vitória final.
“Quero apenas ganhar intensidade, uma boa carga de trabalho, ajudar os rapazes onde puder, seja hoje no vento, ou nas subidas, tentar fazer um bom contrarrelógio a nível técnico. Mas é cedo, não tenho a condição para ganhar”, resumiu o campeão das edições de 2015 e 2016.
Thomas, de 37 anos, acredita que a INEOS tem “muitas opções” para revalidar o título conquistado no ano passado com Daniel Martínez, agora na BORA-hansgrohe, apontando a Visma-Lease a Bike como a principal adversária em termos coletivos e “obviamente Remco” como o maior candidato em nome individual.
“Vai ser uma corrida forte, com um pelotão de qualidade. Há muitos bons ciclistas aqui. Vai ser entusiasmante”, previu sobre a 50.ª edição da prova, que está na estrada entre hoje e domingo.
Distinguido pela organização com o Prémio Prestígio, o campeão do Tour2018 e vice-campeão do Giro2023 disse sentir-se honrado: “Soube hoje de manhã, é superagradável”.
Também Tao Geoghegan Hart, um ex-INEOS que hoje se está a estrear com as cores da Lidl-Trek, não pensa na luta pela geral, até porque a prova portuguesa marca o seu regresso à estrada após a grave queda sofrida na última Volta a Itália e de uma longa convalescença após ter fraturado a anca.
“Foi como o começo de qualquer época depois do inverno. No fundo, é sempre estranho estar no autocarro pela primeira vez. Demorei um pouco mais de tempo à procura das tesouras e dos alfinetes para colocar o dorsal, mas, fora isso, foi bastante normal”, desvalorizou o vencedor do Giro2020, ao ser questionado sobre como se sentia por voltar à competição após nove meses fora da estrada.
O britânico disse ter treinado “muito bem” nas últimas semanas, sem qualquer mazela física. “Agora, é outra história. Estou ansioso por dar uma voltinha hoje, neste Portugal ventoso”, brincou.
“Quero recuperar o ‘feeling’ de correr, recuperar o ritmo de corrida. Não sei, são oito meses ou algo do género sem isso. É diferente do treino. Quero desfrutar e aproveitar ao máximo”, concluiu.
A 50.ª Volta ao Algarve, que conta com o pelotão mais forte dos últimos anos, já está na estrada, com os ciclistas a percorrerem 200,8 quilómetros entre Portimão e Lagos.
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