Jonas Vingegaard sai satisfeito d’O Gran Camiño, que venceu pelo segundo ano consecutivo com pleno de vitórias em etapas ‘a contar’ para a geral, mas o ciclista dinamarquês promete consultar as previsões meteorológicas antes de decidir voltar.
“Não viram nada?”, espantou-se o bicampeão do Tour, abrigado dentro do camião do pódio, quando os jornalistas revelaram que só tinham visto os últimos 20 metros da subida ao Monte Aloia, numa quarta etapa encurtada devido a umas condições meteorológicas impróprias para ciclistas.
“Bom, foi um dia muito molhado, posso dizer-vos isso. Na última subida, apanhámos os últimos fugitivos e queríamos ir para a vitória da etapa. Até faltarem três quilómetros para a meta, fomos todos juntos. Então, houve alguns ataques e, a determinado momento, foi o momento exato para mim para atacar. Felizmente, ninguém me conseguiu seguir, e a partir daí foi só chegar ao fim”, descreveu o corredor da Visma-Lease a Bike.
Vingegaard assumiu que concordou com a decisão da organização de encurtar a etapa para 130,1 quilómetros, anulando a segunda subida ao Monte Aloia (de primeira categoria), o que evitou uma descida perigosa, numa estrada estreia e suja de detritos arrastados pela chuva e pelo vento.
“Não estava demasiado frio hoje, mas penso que se tivéssemos de descer desde aqui de cima provavelmente teríamos ficado gelados. Também, em alguns momentos, fazia muito vento. Em alguns sítios, parecia que as árvores estavam a meio de cair na estrada, por isso penso que foi a melhor decisão encurtá-la em uma passagem e ainda poder chegar à meta. Claro que é uma pena para a organização que tenha acontecido, porque é o segundo ano consecutivo que têm um tempo terrível”, lamentou.
O dinamarquês de 27 anos sai da Galiza com o segundo triunfo consecutivo na geral, a vitória em todas as classificações, exceto a da juventude, conquistada pelo vice-campeão Lenny Martinez (Groupama-FDJ), e ainda o pleno em etapas ‘a contar’ - o contrarrelógio da primeira etapa foi neutralizado devido aos ventos fortes – tal como aconteceu em 2023.
“Claro que foi agradável vencer três etapas em três. Estou satisfeito com a minha forma e como com a equipa se comportou esta semana. Os rapazes saíram-se muito bem”, pontuou.
O domínio absoluto na prova galega deixa boas indicações para a participação no Tirreno-Adriático, que arranca em 04 de março.
“As pernas estão boas, a forma é boa, penso que estou pronto para o Tirreno. Acima de tudo, é importante não ficar doente agora e não fazer nada estúpido na próxima semana”, acrescentou.
Sem querer antecipar o futuro, Vingegaard escusou-se a revelar se planeia regressar ao Gran Camiño no próximo ano.
“Talvez volte no próximo ano, mas se calhar consulto a previsão meteorológica antes [ri-se]. Teremos de fazer um plano e depois veremos”, concluiu, numa nova demonstração de que cada vez se sente mais descontraído no contacto com os meios de comunicação.
Comentários