Carlos Rodríguez considera ainda estar na luta pelo pódio da Volta a França em bicicleta, apesar de hoje ter caído para quarto, por troca com Adam Yates (UAE Emirates), que está mais preocupado com o companheiro Tadej Pogacar.

“O principal objetivo é vestirmos a amarela em Paris com o Tadej. Se eu estiver no pódio, estarei no pódio”, desvalorizou o britânico, que é terceiro, a 08.52 minutos de Jonas Vingegaard (Jumbo-Visma).

Condicionado pela estratégia da equipa e pela ambição de Pogacar de chegar ao terceiro triunfo no Tour, o mais bem-sucedido dos gémeos Yates nesta edição da prova francesa tem Carlos Rodríguez a apenas cinco segundos, depois de o jovem da INEOS ter feito um contrarrelógio aquém do esperado.

“Tive boas sensações no início, mas o final tornou-se eterno, foi onde perdi tempo”, analisou o espanhol, que cortou a meta com ‘Pogi’ nas suas costas e perdeu 03.36 segundos para o vencedor da 16.ª etapa, o camisola amarela Vingegaard.

Ainda assim, o líder da INEOS, de apenas 22 anos, acredita que continua na luta pelo pódio e promete concentrar-se apenas em si, indiferente à concorrência da Adam Yates.

“Tenho de fazer o melhor possível, fazer um 'reset' à mente. Não foi um dia especialmente bom, mas também não perdi assim tanto, o que é positivo. Agora, há que recuperar. Tenho uma dor de pernas que parece que ainda estou a fazer o ‘crono’”, brincou.

Rodríguez espera uma jornada difícil na quarta-feira, último dia nos Alpes, com a subida ao Col de la Loze no percurso.

“É a etapa rainha, será muito dura e haverá grandes diferenças. Certamente o Pogacar sairá com muita vontade, terei de estar atento e fazer o melhor possível. Se tiver boas pernas, claro que atacarei. Não sei se me poderei aliar com o Tadej, mas ele está a outro nível”, disse o espanhol.

Um lugar abaixo do ciclista da INEOS está Jai Hindley (BORA-hansgrohe), aquele que, até sábado, dia em que caiu, era o destacado terceiro classificado, mas que está já a 11.15 de Vingegaard e a mais de dois dos homens que estão à sua frente na geral.

“Não foi o dia que esperava. Ainda sinto as minhas lesões, e é difícil colocar toda a energia nos pedais. Ontem [segunda-feira], focámo-nos na recuperação e no tratamento e treinei menos. Penso que foi importante, mas, por outro lado, foi difícil hoje encontrar o ritmo perfeito”, reconheceu o campeão do Giro2022.

O australiano disse que, a partir de agora, só pode ir dia a dia e ver como se sente na quarta-feira.

“Tenho de manter-me positivo, sei que a forma está lá se conseguir recuperar das consequências da queda”, concluiu, citado no sítio da BORA-hansgrohe.