Tadej Pogacar nunca se sentiu tão bem na bicicleta, confidenciou hoje o esloveno, na antevisão da participação na Volta a França, considerando ter dado “um passo em frente” em relação à sua vitória no Giro2024.
“Estou ansioso pelo início do Tour. Penso que será um arranque muito especial para mim, porque venci o Giro e o Tour começa em Itália, por isso penso que será espetacular”, começou por dizer o esloveno, numa entrevista à assessoria de imprensa da UAE Emirates.
‘Pogi’, que só dará uma conferência de imprensa presencial na quinta-feira, assumiu ter dado “um passo em frente desde o Giro”.
“A minha forma é melhor do que esperava. Treinei bem, testei um pouco as minhas pernas e, para ser sincero, nunca me senti tão bem na bicicleta. Estou desejoso de ver se melhorei em situações de corrida em relação ao Giro, mas sinto-me bem, não me posso queixar”, garantiu.
Vencedor autoritário da Volta a Itália, onde ganhou seis etapas e a classificação da montanha, além da geral, o campeão das edições de 2020 e 2021 do Tour e ‘vice’ nos últimos dois anos na prova francesa tirou uns dias de ‘folga’ antes de regressar aos treinos e alinhará no sábado, em Florença, com uma confiança redobrada em relação a 2023, quando estava a regressar à competição após ter fraturado o pulso na Liège-Bastogne-Liège.
“O ano passado foi totalmente diferente por causa da lesão. Ninguém se prepara como me preparei para o Tour se não estiver lesionado, e muitas coisas não correram bem depois da queda em Liège. Vi quem estava do meu lado e quem não estava, houve alguma desilusão e energia negativa à minha volta e tudo conduziu à Volta a França – não estava 100% confiante”, revelou um ano depois.
Agora, é Jonas Vingegaard, o seu arquirrival, que está a regressar à competição, após uma terrível queda na Volta ao País Basco no início de abril, em que fraturou clavícula e costelas, e sofreu uma contusão pulmonar e um pneumotórax.
“Jonas sofreu lesões mesmo graves, mas penso que estará bem. Penso que o Jonas estará preparado e, se for forte mentalmente e tiver recuperado bem disso, apresentar-se-á no seu melhor. Vimos que o Remco [Evenepoel] e o Primoz [Roglic] [que também estiveram envolvidos na mesma queda no País Basco] estiveram em muito boa forma no [Critério do] Dauphiné. Penso que todos vão estar no seu melhor no Tour”, avaliou.
Contudo, Pogacar alertou que, depois de uma queda, o corpo é imprevisível, recordando que no ano passado pensou estar a 100% num dia e no seguinte “não estava preparado”, numa alusão ao seu colapso no Col de la Loze, na 17.ª etapa, e ao já eterno “I’m gone, I’m dead” (‘Fui, estou morto’, em tradução livre).
Assegurando estar mais maduro e ter aprendido com os erros passados, o sempre ambicioso e impulsivo esloveno, que procura tornar-se no oitavo ciclista da história a alcançar a ‘dobradinha’ Giro-Tour na mesma época, confessou que foi doloroso perder a Volta a França nas últimas duas edições.
“Dá-me mais motivação e vontade de vencer novamente. Evidentemente, dois segundos lugares dão-me ‘mais lenha para pôr na fogueira’. Precisas de estar preparado em todas as etapas durante o Tour, nunca sabes quando os adversários se estão a sentir mais fortes – pode ser na primeira, na segunda ou na última semana. Penso que cada etapa será crucial este ano”, anteviu.
O recordista de vitórias da classificação da juventude no Tour (quatro) elogiou ainda a sua equipa, dizendo que todos, inclusive o português João Almeida, vão estar a lutar pelo mesmo objetivo: o de que o esloveno possa vestir a camisola amarela após o contrarrelógio final em Nice.
“É especial. Esta época, algumas vezes ia pedalar até Nice só para ver se já tinham o ambiente do Tour, mesmo há cinco meses!”, contou o ciclista que vive no Mónaco, prometendo não abdicar de divertir-se nesta edição da 'Grande Boucle'.
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