Nelson Oliveira concluiu hoje a sua 20.ª grande Volta de consciência tranquila e satisfeito por ter tentado ganhar um etapa na Volta a França, mostrando-se ainda contente por ver João Almeida ‘elevar’ o ciclismo português.
“Sei que dei o meu melhor. O meu trabalho era ajudar a equipa naquilo que fosse preciso. Tive a minha oportunidade [para lutar por uma etapa], infelizmente outros foram melhores do que eu nesse dia, mas saio satisfeito e com a alma tranquila, porque cheguei a Nice são e salvo”, resumiu à agência Lusa.
Aos 35 anos, o ciclista português com mais presenças em grandes Voltas nas últimas três décadas concluiu o seu oitavo Tour, no qual tentou a sua sorte logo na segunda etapa, acabando por ser sexto.
“Desiludido não fiquei, todos nós temos essa ambição de um dia ganhar. Como disse, esteve perto, mas infelizmente outros foram mais fortes nesse dia. Mas o importante foi tentar. Num Tour, ganhar é muito difícil e temos de estar num dia super e tem de ser um dia perfeito, e isso não foi possível mas desiludido não estou”, confessou.
Orgulhoso por ainda conseguir manter-se “no meio deste desporto que tem sido cada vez mais exigente e em que se vai cada vez mais rápido”, o ciclista português da Movistar fez ainda um balanço da prestação da sua equipa, à qual, na sua opinião, apenas faltou uma vitória numa tirada.
“Fomos bastante protagonistas durante todas as etapas deste Tour: estivemos nas etapas ao sprint, estivemos sempre presentes em fugas. Faltou-nos a vitória para dar uma alegria. Infelizmente, o Enric [Mas] não esteve no seu melhor nível em algumas etapas e perdeu bastante tempo e depois já desconectou completamente da geral”, avaliou.
Depois de ter fechado a 111.ª edição da Volta a França a um lugar do top 50, Oliveira encontrou ainda motivo de satisfação no desempenho do jovem compatriota João Almeida (UAE Emirates), quarto na geral na estreia na prova.
“É bom sinal. Acho que fez um bom Tour, merece o que tem feito pelo ciclismo português e para o nosso ciclismo é sempre bom ter novamente um ciclista a dar cartas nas grandes voltas, apesar de ter estado a trabalhar para o vencedor”, destacou à Lusa.
Para ‘Nelsinho’, “vai ser bom para o ciclismo português ter novamente um ciclista no top 10 das grandes Voltas”.
“Se tudo correr bem e se tiver cabeça – que acho que tem – um dia provavelmente poderá vencer uma grande Volta. Tem valor para isso e só tem de confiar nas pessoas ao seu redor, porque ele sabe o que está a fazer”, disse sobre aquele que já é o segundo melhor português de sempre nas três ‘grandes’ e no Tour, depois de Joaquim Agostinho.
Agora, Oliveira vai “recuperar uns dias junto da família”, antes de, na quarta-feira, se focar no próximo objetivo: os Jogos Olímpicos Paris2024, onde já no sábado disputa o contrarrelógio.
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