O sexto lugar no madison dos Mundiais de ciclismo de pista foi “excelente”, consideraram hoje os irmãos Ivo e Rui Oliveira, enquanto João Matias, também sexto mas na eliminação, ficou contente mas “queria mais”.
“A queda [de Rui Oliveira, nas primeiras voltas] condicionou-nos um bocado. Foi pena, mas não deixa de ser um resultado excelente. Foi maravilhoso. Muito feliz com a nossa prestação”, descreveu Ivo Oliveira, que conseguiu um bronze em perseguição individual dias antes, no Velódromo de Saint-Quentin-en-Yvelines.
A prova de madison, que faz parte do programa olímpico, foi conquistada pelos franceses Benjamin Thomas e Donavan Grondin, com 65 pontos, à frente dos britânicos Ethan Hayter e Oliver Wood, segundos com 47, e dos belgas Fabio van den Bossche e Lindsey de Vylder, terceiros com 43.
Vice-campeões europeus desta disciplina em 2020, os dois irmãos gémeos, de 26 anos, superaram uma queda de Rui, logo nas primeiras voltas, pontuando em cinco dos 20 ‘sprints’ intermédios e amealhando sete pontos, antes de conseguirem uma volta de avanço, com italianos, franceses e belgas, que valeu mais 20.
A queda ao arranque “mudou muito a dinâmica da corrida”, contou Rui Oliveira, e fez os gémeos alinhar numa prova, de "superação, de sofrimento", mais conservadora durante as primeiras 50 voltas, seja porque este recuperava, seja porque Ivo teve de ‘assumir as despesas’ no pelotão durante uma dezena de voltas.
“O nosso objetivo era pelo menos igualar o lugar do ano passado. Nunca pensei que fosse possível, a certo ponto achei que íamos levar volta e a corrida estava perdida. O meu irmão esteve num dia ‘super’, ajudou-me a ultrapassar as dificuldades. Aquela volta [de avanço] foi fulcral. Acho que nunca sofri tanto na minha vida, depois de 80 e tal dias de competição [em 2022]... foi o último esforço e estou supercontente”, declarou Rui Oliveira.
Na eliminação, disciplina de que João Matias foi vice-campeão da Europa em 2021, uma corrida acidentada que a certo ponto “foi uma loucura”, contou o próprio, levou-o ao sexto lugar, ainda que quisesse mais pela sua natureza ambiciosa.
“Feliz, estou, mas vendo como as coisas se passaram, notando as sensações, acreditava que podia estar nas medalhas. É sempre uma lotaria, muitos dos favoritos saíram cedo. (...) Tenho de estar contente com o sexto lugar, mas ambiciono sempre mais”, explicou.
A corrida foi vencida pelo italiano Elia Viviani, que revalidou o título mundial, superando o neozelandês Corbin Strong, segundo, e o britânico Ethan Vernon.
O português, que escapou por entre uma corrida acidentada, acabou por ficar no sexto lugar, numa eliminação (o que acontece a cada duas voltas) por ‘uma nesga’ que favoreceu o israelita Rotem Tene, quinto, e após a qual foi mesmo ao chão, após um toque de outro ciclista.
Os Mundiais de ciclismo de pista terminaram hoje em Saint-Quentin-en-Yvelines, em França, que será a casa da modalidade durante Paris2024, com Portugal a conseguir dois bronzes, por Ivo Oliveira e também por Maria Martins, no concurso olímpico do omnium, aumentando para cinco o total conseguido em todas as edições.
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