O Prémio Prestígio atribuído pela organização da Volta ao Algarve representa para Sérgio Paulinho o reconhecimento por todo o trabalho que fez ao longo de uma carreira que termina esta época, confidenciou à Lusa o veterano ciclista português.
Os adeus sucedem-se para Sérgio Paulinho, mas a nostalgia da despedida é, pontualmente, superada pela emoção das homenagens, como aquela que hoje recebeu da organização da ‘Algarvia’: antes do arranque da segunda etapa, em Sagres, foi distinguido com o Prémio Prestígio, unindo o seu nome a um restrito lote no qual figuram apenas ‘grandes’ do pelotão internacional, designadamente Alberto Contador, Tom Boonen, Fabian Cancellara, Tony Martin, Philippe Gilbert e Vincenzo Nibali.
“É uma sensação ótima. É o reconhecer de todo aquele trabalho que fiz ao longo da minha carreira e, para mim, é bastante gratificante poder receber o Prémio Prestígio aqui, na Volta ao Algarve, uma corrida que é emblemática em Portugal”, descreveu à Lusa o ciclista da LA Alumínios-LA Sport, que na quarta-feira desistiu durante a primeira etapa da corrida, devido a um problema de saúde.
Ainda assim, o ciclista compareceu hoje em Sagres para receber o Prémio Prestígio, outorgado pela organização ao único medalhado olímpico do ciclismo português, que, além da prata conquistada na prova de fundo em Atenas2004, tem no palmarés vitórias em etapas na Volta a França (2010) e na Volta a Espanha (2006).
Gregário de luxo do pelotão internacional durante uma década, o veterano de 41 anos passou por equipas emblemáticas como Liberty Seguros-Würth (2005-2006), Discovery Channel (2007), Astana (2008-2009) e RadioShack (2010-2011), antes de ingressar na Tinkoff, de onde saiu em 2016 para regressar ao ciclismo nacional.
Hoje, Paulinho sabe que o momento de concluir uma carreira de êxito(s) chegou, embora deixe escapar que “o bichinho” do ciclismo ainda existe.
“A vontade é sempre continuar, mas há um limite para tudo. E este ano já meti na cabeça que o limite chegou e vou tentar desfrutar ao máximo desta ultima volta ao Algarve, poder desfrutar junto dos meus colegas da LA Alumínios-LA Sport e do pelotão nacional”, assumiu à Lusa.
Esse limite, assevera, não é mental, “porque a vontade de andar de bicicleta, de treinar, levantar cedo para treinar continua a mesma”.
“Mas nós, ciclistas, começamos a sentir quando chega aquele momento em que o corpo já começa a chegar ao limite. E eu começo a sentir isso. Já era para ter sido no ano passado, mas devido à pandemia gostava de terminar a carreira de um modo diferente”, confessou o veterano, que também já tinha sido distinguido com o prémio ‘Espírito de Sacrifício’ na edição especial da Volta a Portugal, no ano passado.
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