Remco Evenepoel quer sair de Portugal “com uma vitória no bolso”, assumiu hoje em conferência de imprensa o ciclista belga, que vai iniciar a temporada no sábado, na Clássica da Figueira, antes de rumar à Volta ao Algarve.
“É evidente que, para a cabeça e a moral, é sempre bom começar [a época] com um triunfo assim tão rápido. Por isso, seria bom sair de Portugal com uma vitória no bolso. Depois, também quero continuar a preparação para o Paris-Nice. Penso que há muitos objetivos para esta semana”, resumiu.
Devido ao elevado número de solicitações – ou não fosse Evenepoel um dos ‘Big 6’ do ciclismo atual -, a assessoria da Soudal Quick-Step declinou as entrevistas ‘one on one’, organizando uma videoconferência para que todos pudessem ter acesso à ‘estrela’ belga, que irá dar as primeiras pedaladas em 2024 na Clássica da Figueira.
“Honestamente, não foi algo que tenhamos escolhido. Era suposto começarmos no Algarve, mas, depois, a equipa decidiu fazer esta corrida e pareceu-nos uma boa combinação alinhar nesta prova como uma espécie de ‘aquecimento’ para a semana no Algarve”, explicou sobre a sua presença na novíssima clássica portuguesa, que no sábado terá a sua segunda edição.
Vencedor da ‘Algarvia’ em duas ocasiões (2020 e 2022), o atual campeão mundial de contrarrelógio tem os olhos postos na prova que decorre entre 14 e 18 de fevereiro, assumindo que a Soudal Quick-Step trouxe “uma equipa para fazer uma boa classificação” na geral da 50.ª Volta ao Algarve.
“A minha experiência diz-me que as corridas aqui em Portugal são sempre bastante explosivas. A corrida de amanhã [sábado] já é um circuito local bastante explosivo, que teremos de fazer quatro vezes. E a corrida do Algarve é idêntica, com o alto da Fóia, o Malhão e o contrarrelógio que têm sempre”, notou.
Evenepoel destacou que a ‘Algarvia’ tem um percurso muito completo, “como deveriam ser todas as corridas por etapas”, com tiradas planas, acidentadas e “semi-montanhosas”, como a Fóia, onde termina a segunda etapa.
“É por isso que gosto tanto do Algarve. É uma corrida curta no número de dias, mas saí quase sempre de lá em melhor forma do que cheguei. É por isso que gosto de começar [a época] nesta prova”, confessou.
Já quanto à Clássica da Figueira, os planos do antigo campeão mundial de fundo (2022) são outros: “Amanhã [sábado], há mais opções [na Soudal Quick-Step] para tentar ganhar”.
“Hoje, esteve um dia muito mau, mas penso que amanhã estará melhor. Só deve chover de manhã, e depois ficar tempo seco, o que são boas notícias. Fizemos uma volta ao circuito hoje, de carro, não na bicicleta, porque estava a chover”, limitou-se a dizer, no dia em que a prevista apresentação das equipas participantes não se realizou, devido ao mau tempo.
A incursão por Portugal também permitirá a Evenepoel estrear a parceria com Mikel Landa, o experiente espanhol que se juntou à equipa para ajudar o belga de 24 anos a alcançar os vários objetivos a que se propôs, nomeadamente o principal: “estar no pódio em Nice”, cidade que acolhe o final da próxima Volta a França, em 21 de julho.
“Vamos usar estas provas para nos conhecermos em corrida. Claro que nos conhecemos do pelotão, mas não nos conhecemos ao ponto de saber, de olhos fechados, como o outro se sente ou o momento exato em que o outro se sente bem ou mal. O mais importante esta semana é conhecermo-nos”, defendeu.
No entanto, o líder da Soudal Quick-Step não tem dúvidas de que tanto ele como o terceiro classificado das edições de 2015 e 2022 da Volta a Itália não terão problemas em “esvaziar as pernas pelo outro” ao longo da temporada, caso o outro falhe.
Os dois vão partilhar pela primeira vez sensações de corrida no sábado, nos 222,1 quilómetros (com início e final na Figueira da Foz) da prova portuguesa, que esta temporada foi promovida à categoria UCI ProSeries, o segundo mais importante do calendário internacional.
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