Os ciclistas Primoz Roglic e David Gaudu ergueram hoje os braços no final da sexta e última etapa da Volta ao País Basco, para festejarem, respetivamente, o triunfo na geral e na tirada da prova espanhola.
O esloveno da Jumbo-Visma e o francês da Groupama-FDJ chegaram juntos à meta, após os 111,9 quilómetros entre Ondarroa e o já incontornável santuário de Arrate, repartindo entre si, num acordo tático de cavalheiros, a vitória na geral e na etapa final da 60.ª edição da ‘Itzulia’.
“Estou muito, muito feliz de ganhar aqui […]. Cheguei com um grande Primoz Roglic, que foi um senhor por me ‘oferecer’ a etapa”, resumiu Gaudu, depois de cortar a meta com o tempo de 3:05.42 horas, secundado pelo vencedor final, também ele de braços erguidos no ar.
Segundo à partida para a sexta tirada, o vencedor das duas últimas edições da Volta a Espanha - e da chegada a Arrate na Vuelta do ano passado – destronou o norte-americano Brandon McNulty (UAE Emirates), líder à partida para a última etapa, para sagrar-se vencedor da Volta ao País Basco, após mais uma exibição do seu poderio.
McNulty cedeu terreno no grupo de favoritos a uns distantes 46 quilómetros da meta, ‘libertando’ o seu companheiro Tadej Pogacar, um dos dois principais candidatos à vitória final, para a luta pela geral, quando o seu maior rival, o compatriota Primoz Roglic, já seguia na frente da corrida, na companhia de David Gaudu (Groupama-FDJ) e Hugh Carty (EF Education-Nippo), após uma aceleração a descer.
O tempo desperdiçado pelo vencedor no Tour no trabalho em prol de McNulty na duríssima ascensão ao Krabelin, de apenas cinco quilómetros, mas com setores de 17% de inclinação e uma pendente média de 9,6%, permitiu ao esloveno da Jumbo-Visma ganhar uma vantagem confortável, que, no início da subida a Arrate, rondava os 40 segundos.
Favoritos à partida para esta edição da ‘Ituzlia’, Roglic e Pogacar ‘pagaram’ o seu estatuto, com o primeiro a trabalhar no trio da frente e o segundo a encabeçar o grupo de perseguidores, sem ajuda dos seus companheiros de ocasião, que, em mais do que um momento, rejeitaram os apelos de ambos para uma benéfica colaboração.
Se, na frente, o mais velho dos eslovenos tentava (e conseguia) ‘convencer’ Gaudu e Carthy a trabalhar, esgrimindo o argumento da vitória na etapa, na perseguição, o ciclista da UAE Emirates beneficiava de movimentações de Alejandro Valverde (Movistar) e de colaborações esporádicas, nomeadamente de Adam Yates (INEOS), para encurtar distâncias para o grupo da frente.
Quando a estrada começou a inclinar rumo à meta em Arrate, Carty cedeu, após um ataque de Gaudu, com Roglic a responder ao francês, enquanto lá atrás Valverde tentava novamente mexer na corrida, ‘dinamitando’ o grupo de perseguidores e reduzindo-o a Pogacar, Yates e Jonas Vingegaard (Jumbo-Visma).
Numa etapa soberba, digna das grandes Voltas, as diferenças mantiveram-se nas rampas finais, com Valverde a ser terceiro na meta, à frente de Yates, Pogacar e Vingegaard, com os quatro a perderem 35 segundos para o duo da frente.
Feitas as contas finais, Roglic, de 31 anos, conquistou pela segunda vez a Volta ao País Basco, juntando esta edição ao triunfo de 2018, e ampliou o seu já extenso palmarés, relegando o seu companheiro de equipa dinamarquês para o segundo posto: Vingegaard ficou a 52 segundos do seu líder, enquanto Pogacar teve de contentar-se com o último lugar do pódio, a 1.07 minutos.
O vencedor da última Volta a França perdeu no primeiro frente a frente desta temporada com o seu compatriota e grande rival, no mais importante duelo desde o Tour (que o primeiro ‘roubou’ ao segundo no penúltimo dia), mas ficou à frente de Yates, o recente vencedor da Volta à Catalunha, que foi quarto a 1.26 minutos.
O basco Mikel Landa (Bahrain-Victorious), outro dos grandes favoritos, terminou na oitava posição da geral, a mais de dois minutos de Roglic, colocado entre Valverde, sétimo, e Esteban Chaves (BikeExchange), um dos principais animadores desta edição da ‘Itzulia’ e nono classificado final.
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