O movimento por um ciclismo credível (MPCC) pediu hoje à equipa Sky para suspender voluntariamente Chris Froome, até ao final do processo de inquérito ao controlo antidoping positivo do britânico na Volta a Espanha.

A Sky não é membro do MPCC, um movimento que representa 43 equipas do pelotão profissional da WorldTour e do Continental Profissional (1.ª e 2.ª divisão), que, segundo as suas regras, criadas em 2007, são obrigadas a suspender "imediatamente" um ciclista após a primeira comunicação de um controlo positivo.

"Essas disposições impostas pelas equipas membros da MPCC foram tomadas com o objetivo claro de transparência no interesse de todos e do ciclismo", sublinha o movimento presidido por Roger Legeay.

Em julho, o britânico dominou o Tour, vestiu pela quarta vez a amarela no pódio final – e isolou-se no segundo lugar da lista de maiores vencedores da prova francesa, a apenas um triunfo dos recordistas -, e, menos de dois meses depois, festejou a vitória na Vuelta, tornando-se o primeiro ciclista, desde o francês Bernard Hinault, em 1978, a alcançar a ‘dobradinha’ naquelas duas grandes voltas.

O ano mais memorável do líder da Sky converteu-se em pesadelo: Froome acusou níveis ‘proibitivos’ do broncodilatador salbutamol, um medicamento usado para asma, numa análise à urina feita em 07 de setembro, durante a Vuelta, e encontra-se agora sob investigação, podendo vir a perder o título da corrida espanhola.

"É por isso que o MPCC e seu conselho de administração estão a pedir à Sky, sem prejuízo da decisão final, para suspender voluntariamente o seu ciclista até o final do processo. Assim pode prosseguir com a sua defesa em paz e evitar as tensões entre dirigentes e corredores”, acrescenta o movimento que pretende estar na vanguarda da luta contra o doping.

A União Internacional de Ciclismo (UCI) instituiu processos contra o britânico, sem que, por causa da natureza da substância, o quatro vezes vencedor do Tour tenha sido suspenso preventivamente.

A MPCC também pediu à Sky que abra uma investigação após as revelações do ex-treinador Shane Sutton, que admitiu recentemente que "alguns medicamentos que exigem uma autorização de uso terapêutico (TUE) podem ter sido usados para melhorar o desempenho”.