O ciclista suíço Marc Hirschi (Sunweb) conquistou hoje a clássica Flèche Wallonne depois de se impor na última escalada ao ‘Muro’ de Huy, confirmando o bom momento de forma.
Hirschi, de apenas 22 anos, concluiu os 202 quilómetros do percurso em 4:49.17 horas, batendo sobre a meta o francês Benoit Cosnefroy (AG2R La Mondiale), segundo, e o canadiano Michael Woods (Education First), terceiro.
Para o novo campeão, que já tinha vencido uma etapa na Volta a França, esteve frequentemente em fugas e, mais tarde, em Imola, foi medalha de bronze na prova de fundo dos Mundiais, esta é a maior vitória da carreira.
Ao levar a clássica belga, uma do trio das Ardenas (normalmente, entre a Amstel Gold Race e a Liège-Bastogne-Liège), Hirschi tornou-se apenas no segundo ciclista da Suíça a ganhar a prova, após Ferdi Kubler, que conseguiu duas seguidas: 1951 e 1952.
O suíço é também o terceiro mais novo a vencer a corrida: só os belgas Philémon de Meersman, que ganhou a edição inaugural em 1936, e a ‘lenda' Eddy Merckx, em 1967, ambos como 21 anos, eram mais jovens quando cortaram a meta no primeiro lugar.
Sem o espanhol Alejandro Valverde (Movistar) e o francês Julian Alaphilippe (Deceuninck-Quick Step), os principais favoritos e uma dupla que, entre si, venceu as últimas seis edições, a corrida foi mais aberta.
Várias fugas, tentativas de ‘abanar' o grupo de favoritos e outros ataques, como o de Rui Costa (UAE Emirates) a 18 quilómetros da meta, tendo sido apanhado ainda antes dos últimos 15, marcaram grande parte do percurso.
Os últimos resistentes, o belga Mari Vansevenants (Deceuninck-Quick Step) e o colombiano Rigoberto Urán (Education First), que se foi juntar a ele mais tarde, foram apanhados a 1.300 metros do fim, depois de um trabalho, no pelotão, de várias equipas, entre elas a UAE Emirates, com Rui Costa e Jan Polanc a prepararem terreno para o ‘menino' esloveno Tadej Pogacar, vencedor da Volta a França.
A última das subidas do ‘Muro' lançou mais de uma dezena de corredores num ‘sprint' inclinado, no qual Hirschi confirmou o bom momento, ainda que no final não tenha admitido correr a Liège-Bastogne-Liège, no domingo.
"Foi perfeito para nós. A equipa fez um bom trabalho, tentou controlar a corrida. No fim, até à meta, foi só uma questão de ter pernas. É tão difícil [subir o ‘Muro'], nem se sente a presença de espetadores. É inclinado, é brutal, e muita [da dificuldade] está na cabeça. Não me sentia assim tão bem no início, mas arranjei motivação para dar o meu melhor. No final, ou se tem pernas ou não", comentou.
Após o esforço de hoje, Rui Costa terminou no 85.º lugar, a 3.13 minutos, a sua 10.ª participação na Flèche, uma das corridas WorldTour que mais vezes completou, com um 10.º lugar em 2016 como melhor resultado.
A 23.ª edição da corrida feminina, por seu lado, aumentou o ‘estado de graça' da campeã do mundo de fundo, Anna van der Breggen, que chegou isolada e se impôs ao pelotão para vencer a prova pela sexta vez de forma consecutiva.
No domingo, corre-se a Liège-Bastogne-Liège, num dia que ‘cruza' com a segunda etapa da Volta a Itália, com a Amstel Gold Race, a outra das provas das Ardenas, inicialmente agendada para 10 de outubro, mas entretanto cancelada, devido à pandemia de covid-19.
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