A ciclista portuguesa Beatriz Roxo, de 18 anos, integra a seleção nacional nos Jogos do Mediterrâneo, nova participação internacional para quem cresceu vizinha dos gémeos Ivo e Rui Oliveira, partilhando com eles o gosto pela estrada e pela pista.
Vizinha em Vila Nova de Gaia dos ‘gémeos’ Oliveira, ‘ases’ na estrada, ao serviço da UAE Emirates, e multimedalhados europeus e mundiais na pista, também a jovem estudante de Gestão se divide entre a pista e a estrada.
Treinaram juntos, desde que a jovem era ‘pequenina’, assim como outros nomes do ciclismo nacional, como Daniel Dias, e os irmãos “são sem dúvida uma grande referência”.
“Durante muitos anos vemo-nos uns aos outros a crescer e ao vê-los numa das melhores equipas do mundo, a correr o WorldTour, com grandes resultados na pista e na estrada, também me dá uma grande força para acreditar no ciclismo”, explica à Lusa.
Na Argélia, acompanha a campeã nacional do contrarrelógio e fundo, Daniela Campos, e Vera Vilaça, que soma bons resultados desde que deixou o triatlo em favor do ciclismo a ‘full time’, com as corridas marcadas para quinta-feira (o contrarrelógio) e sábado (fundo).
Daniela Campos é também uma de “duas grandes referências”, ao lado da olímpica Maria Martins, outra ‘ameaça dupla’, mas também Daniela Reis, pioneira a correr em equipas estrangeiras.
“A Daniela e a ‘Tata’ Martins partilham o gosto pela pista, e eu trabalhar com elas, de forma mais frequente, dá-me outra relação com elas. Já têm um palmarés invejável”, destaca.
Apesar de saber bem que referências tem, não consegue “dar para já” uma resposta à pergunta: estrada ou pista?
“Acho que ainda estou a conhecer-me e o que é a pista, o que é a estrada. Até agora ainda não tinha vivenciado experiências reais, o que é o ciclismo de estrada de verdade, assim como na pista”, justifica.
Em Oran, quererá fazer o melhor no ‘crono’ e depois deverá estar ao serviço, na prova de fundo, das aspirações das colegas mais experientes, “sempre com uma ideologia de aprendizagem” e humildade que lhe marca o discurso.
“É preciso ter bem os pés assentes na terra, tendo em conta a minha idade e experiência. Isso define muito do que poderá ser a minha corrida”, admite.
A juventude em ascensão, a caminho de se tornar uma certeza no desporto português, é narrativa comum a muitas das 159 histórias individuais presentes na missão portuguesa, e também Beatriz Roxo ambiciona já a ser convocada para Europeus, seja na estrada ou na pista.
Aos 18 anos, já corre por uma equipa espanhola UCI, a Rio Miera-Cantabria Deporte, esteve na Volta a Portugal feminina e nos últimos Nacionais foi quinta no contrarrelógio, um ano depois do 59.º posto nos Mundiais de juniores, na Bélgica, e do Europeu da categoria de 2020.
Já participou no Festival Olímpico da Juventude Europeia, nos Mundiais de pista júnior do Egito, e novo teste numa competição multidesportiva internacional traz a experiência e vivências que são “o lado mais bonito do ciclismo e do desporto”.
“O especial destas competições não é o facto de ser mais uma corrida, para isso temos um calendário muito extenso. É o facto de convivermos com outros países, com outros desportos, perceber a diferença entre o ciclismo e outros desportos”, conta.
Os Jogos do Mediterrâneo Oran2022 arrancaram no sábado e decorrem até 06 de julho, com mais de três mil atletas de 26 países diferentes, incluindo 159 portugueses em 20 disciplinas.
Entre o contingente luso estão vários atletas olímpicos, como Evelise Veiga, Cátia Azevedo, Vera Barbosa, Tsanko Arnaudov, Tiago Pereira, Lorene Bazolo e Liliana Cá, a ginasta Filipa Martins, os atiradores Joana Castelão, Sara Antunes, João Costa e João Paulo Azevedo, os nadadores Ana Catarina Monteiro, Francisco Santos, Ana Rodrigues, Gabriel Lopes, Alexis Santos e Tamila Holub ou também os mesatenistas Jieni Shao e João Monteiro.
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