O ciclista neerlandês Harrie Lavreysen, estrela maior da velocidade no ciclismo de pista, somou hoje o 10.º título mundial, ao vencer a final de keirin dos Mundiais de Saint-Quentin-en-Yvelines.
Num dia que coroou também a belga Lotte Kopecky (eliminação), o Reino Unido e a Itália (perseguição por equipas) e o canadiano Dylan Bibic (scratch), foi o triunfo de Lavreysen, o 10.º da carreira, a destacar-se.
Lavreysen, com apenas 25 anos e agora decacampeão mundial, tem tido pouca concorrência nos últimos anos, com o palmarés, que inclui ainda cinco campeonatos europeus, a ter uma quase ininterrupta série de primeiros lugares, suspensa na quarta-feira, quando perdeu a final do sprint por equipas para a Austrália.
Hoje, no keirin, em que tem um bronze em Tóquio2020, uns Jogos Olímpicos de que saiu com outros dois ouros, impôs-se na prova, que tem seis voltas e começa com uma mota a marcar o ritmo antes da ‘batalha’, batendo o compatriota Jeffrey Hoogland pelo ouro, e deixando o colombiano Kevin Quintero com o bronze.
Na eliminação, em que Daniela Campos foi 22.ª, numa prova em que participou aos 20 anos, ainda antes do principal foco, os pontos, no domingo, foi a belga Lotte Kopecky a ‘vingar’ o azar de 2021, ao falhar a luta pelo título olímpico de omnium devido a queda.
Kopecky, de 26 anos, é um dos ‘fenómenos’ de um país que forma tantos talentos para o ciclismo, e começou estes Mundiais “da melhor forma”, como explicou à Lusa.
“[Esta vitória] ajuda, dá confiança, mas, por outro lado, nem sempre é fácil ser sempre o favorito à partida, para todas as corridas. É preciso encontrar um equilíbrio nessa confiança, porque sei que nem sempre será fácil ganhar”, atirou.
O Reino Unido, de Ethan Hayter, Oliver Wood, Ethan Vernon e Dan Bigham, bateu os campeões mundiais e olímpicos em título, a Itália, pelo título de perseguição por equipas, conquistando um primeiro ouro para aquele país desde 2018 nesta corrida.
Os britânicos venceram todos os duelos nesta prova com os italianos, fazendo melhor tempo três vezes, ao todo, e Ethan Hayter considerou o feito “incrível”.
“É muito raro que os vencedores da qualificação consigam triunfar. Conseguimos afastar essa sensação”, brincou.
O tempo de 3.45,829 minutos deixou a prata para os italianos, liderados pelo recordista da Hora Filippo Ganna, contando ainda com Manlio Moro, Jonathan Milan e Francesco Lamon.
Na prova feminina, foi a Itália a impor-se, dando um segundo título mundial em dois dias a Martina Fidanza, aqui acompanhada por Elisa Balsamo, Chiara Consonni e Vittoria Guazzini.
A surpresa do dia ficou reservada para a corrida de scratch masculino, em que a falta de endurecimento durante a prova prejudicou Rui Oliveira, que acabou no nono posto.
Dylan Bibic, de apenas 19 anos, veio ‘do nada’ para triunfar no ‘sprint’ final, relegando para a prata o veterano japonês Kazushige Kuboki, de 33 anos, e para o bronze o neerlandês Roy Efting.
Para sexta-feira, em termos da seleção portuguesa, está agendado o concurso do omnium feminino, com a olímpica Maria Martins, a final de pontos, com João Matias, e a qualificação e finais da perseguição individual, com Ivo Oliveira.
Os Mundiais de ciclismo de pista decorrem até domingo no Velódromo Nacional de Saint-Quentin-en-Yvelines, que será a ‘casa’ da disciplina em Paris2024, com a participação de mais de 350 atletas de 40 países diferentes.
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