O equatoriano Jhonatan Narváez (INEOS) aguentou o ataque de Tadej Pogacar nos quilómetros finais e impediu que o esloveno da UAE Emirates vestisse a camisola rosa logo à primeira etapa da Volta à Itália em bicicleta.
O campeão equatoriano foi o único do grupo principal a aguentar o ataque de Pogacar na curta, mas íngreme subida final, a cerca de três quilómetros da meta, e acabou por vencer em 03:14.23 horas, no final dos 140 quilómetros entre Venaria Reale e Turim.
“Foi uma grande sensação. Sabíamos com a equipa, há cerca de um mês, que ia ser um bom final e uma boa etapa para mim. Trabalhei muito. Consegui seguir o melhor do mundo na subida. Foi muito duro. Hoje foi uma vitória especial”, disse Narváez.
Apesar do trabalho da UAE-Emirates durante grande parte da etapa, Pogacar, o grande candidato ao triunfo final, não conseguiu subir a liderança logo na primeira etapa e foi apenas terceiro, com o mesmo tempo de Narváez e do alemão Maximilian Schachmann (BORA-hansgrohe), que foi segundo, depois de ter sido apanhado já nos quilómetros finais.
Na geral, graças às bonificações, Narváez tem quatro segundos de avanço sobre Schachmann e seis sobre Pogacar.
75 anos após a tragédia de Superga, que vitimou praticamente toda a equipa do Torino, uma das melhores do mundo na altura, além de dirigentes e jornalistas que estavam no avião, a organização decidiu fazer uma etapa de homenagem.
A passagem por Superga, onde caiu o avião em 1949 - no regresso de Lisboa, onde o ‘Grande Torino’ havia defrontado o Benfica -, era uma das três contagens de montanha da tirada inaugural, a última das quais de segunda categoria a pouco mais de 20 quilómetros da meta.
Os primeiros fugitivos da 107.ª edição do Giro foram o francês Louis Barre (Arkea-B&B Hotels) e o italiano Andrea Pietrobon (Polti Kometa), aos quais se juntaram os também gauleses Lilian Calmejane (Intermarché-Wanty) e Nicolas Debeaumarche (Cofidis), o transalpino Filippo Fiorelli (Bardiani) e o eritreu Amanuel Ghebreigzabhier (Lidl-Trek).
Ghebreigzabhier e Calmejane acabaram por se isolar e chegaram a ter três minutos de avanço sobre o pelotão, mas, já após a passagem pelo Colle della Maddalena, a cerca de 20 quilómetros da meta, os ataques sucederam-se no grupo dos favoritos, formando-se um grupo onde estava Schachmann.
O italiano Damiano Caruso (Bahrain Victorious), vice-campeão em 2021 e quarto classificado em 2023, era o elemento mais perigoso neste grupo que se formou na frente, mas que não aguentou o ataque de Pogacar em San Vito, ao qual só responderam Narváez e o francês Julien Alaphilippe (Soudal Quick-Step), que viria a ficar para trás.
Entre os principais favoritos aos lugares cimeiros, o britânico Geraint Thomas (INEOS), o colombiano Daniel Martínez (BORA-hansgrohe), o neerlandês Cian Uijtdebroeks (Visma-Lease a bike) e o australiano Bem O’Connor (Decathlon AG2R La Mondiale), assim como Caruso, chegaram a 10 segundos.
O espanhol Juan Pedro López (Lidl-Trek) perdeu 20 segundos, com o francês Romain Bardet (dsm-firmenich PostNL) a ficar já a 57 segundos, enquanto o neerlandês Thymen Arensman, que era o plano B da INEOS, perdeu 2.17 minutos.
Rui Oliveira (UAE Emirates), o único português em prova, chegou integrado no ‘grupetto’ dos sprinters, em 164.º, a 14.48 minutos.
No domingo, os ciclistas vão ter a primeira chegada em alto, com uma ligação de 161 quilómetros entre San Francesco al Campo e o Santuário di Oropa, com a meta a coincidir com uma contagem de primeira categoria.
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