Edgar Pinto disse hoje estar inocente, após ter sido suspenso preventivamente pela União Ciclista Internacional (UCI) “por suspeitas de indícios de irregularidade no passaporte biológico”, antes de assinar pela W52-FC Porto, afirmando que as mesmas são “infundadas”.
“Tendo sabido que a UCI tomou a decisão de me suspender da atividade [velocipédica], por suspeitas de indícios de irregularidade no passaporte biológico, venho garantir a minha inocência e a minha vontade de afastar essas suspeitas, que são infundadas, tratando-se de amostras obtidas durante os anos de 2015, 2016 e 2017, em alturas de grande sofrimento, nas quais fui sujeito a diversas intervenções cirúrgicas resultantes de várias quedas graves”, vinca em comunicado enviado à agência Lusa.
O corredor de Albergaria-a-Velha precisa ainda que na base da suspensão estão “análises referentes a um período anterior” à sua contratação pela equipa W52-FC Porto, “que nada tem, por isso, a ver com este processo”, e onde deseja prosseguir a sua carreira, depois de provar a sua inocência.
“Apelo a todos que respeitem tanto a mim como a minha família”, conclui na nota.
Edgar Pinto está suspenso provisoriamente por "uso de métodos e/ou substâncias proibidas", segundo a lista atualizada de suspensões da UCI, hoje publicada.
Nos anos referidos, o ciclista, de 35 anos, representou a Skydive Dubai (2015 e 2016) e a LA Alumínios-Metalusa (2017), tendo-se mudado para os ‘dragões’ apenas em 2019, quando foi quinto classificado na Volta a Portugal, na edição ganha pelo seu companheiro João Rodrigues.
“A equipa W52-FC Porto tomou hoje conhecimento da suspensão preventiva do seu corredor Edgar Pinto. Os factos que estão na origem da investigação são todos eles anteriores à contratação do Edgar pela nossa equipa, contudo, aguardaremos o desfecho do processo, esperando que o corredor, que sempre teve, ao nosso serviço, um comportamento exemplar, possa provar a sua inocência e que continue a demonstrar o seu valor ao serviço da nossa equipa”, lê-se na nota enviada à Lusa pela formação ‘portista’ e assinada pelo seu presidente, Adriano Quintanilha.
Edgar Pinto, que este ano falhou a edição especial da Volta a Portugal por lesão, tem uma carreira marcada por quedas graves.
Esta temporada, o ciclista, que foi quarto na prova rainha do calendário nacional em 2013 e 2018, apenas completou a Volta ao Algarve, do calendário internacional, no 34.º lugar, tendo em 2019 um ano de maior projeção lá fora: foi quinto na Volta à Turquia, quarto na Volta às Astúrias, quinto na Volta a Aragão e 10.º na Volta à Dinamarca.
O esclarecimento feito quanto aos anos sobre os quais incidem “as suspeitas de indícios de irregularidade no passaporte biológico” poderá dever-se ao caso de Raúl Alarcón, vencedor da Volta a Portugal em 2017 e 2018 e colega de equipa de Edgar Pinto na W52-FC Porto, que está também suspenso preventivamente por "uso de métodos e/ou substâncias proibidas".
De acordo com as normas da UCI, a principal equipa nacional sujeitar-se-ia a ser suspensa por ter tido duas suspensões por doping no espaço de 12 meses – a suspensão de Alarcón foi anunciada precisamente há um ano.
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