O presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo considerou hoje ser "urgente" uma tomada de posição definitiva sobre o eventual adiamento de Tóquio2020, devido à pandemia de Covid-19, garantindo "apoio total" à posição tomada pelo Comité Olímpico Português (COP).
"Apesar de toda esta incerteza que o mundo vive, precisamos uma informação segura do que vai acontecer. É urgente uma tomada de posição definitiva. Acompanhamos qualquer medida ou posição sobre o assunto que seja tomada pelo COP", disse Delmino Pereira à Agência Lusa.
O dirigente lembrou que "ninguém tem culpa desta circunstância [da covid-19]", mas vincou que "há que definir para que os atletas se preparem e estabilizem para o que pode acontecer no futuro".
Portugal garantiu vagas para três atletas nas provas de ciclismo dos Jogos de Olímpicos Tóquio2020 e Delmino Pereira vincou que é importante que "a preparação seja feita em tempo útil".
"Está é uma situação excecional, que acontece uma vez em cada século, mas dentro de uma lógica competitiva não é possível haver resultados sem a preparação e estabilidade que os atletas precisam", acrescentou.
O presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo mostrou "grande preocupação" com as contingências que o coronavírus está a criar no desenvolvimento da modalidade em Portugal, e sobretudo com todos os agentes envolvidos na vertente profissional.
"O ciclismo foi das primeiras modalidades a adotar medidas de contenção para evitar a propagação do vírus, mas estou especialmente preocupado com o impacto nos nossos profissionais e organizadores de provas, que não podem fazer o seu trabalho e disse dependem para viver", disse.
Delmino Pereira assumiu que "ainda não se vê luz ao fundo do túnel de quando modalidade poderá retomar", mas mostrou esperança de que a época de ciclismo possa ser, maioritariamente, cumprida no segundo semestre do ano.
"Acreditamos que podemos, ainda, salvar os eventos âncora do ciclismo nacional, e fazê-los acontecer em segurança na segunda metade do ano. Podemos fazer prolongar a época e adotar outras medidas de adaptação. Sei que os organizadores estão disponíveis para reagendar o calendário. É por aí que temos de lutar, disse o dirigente.
O líder do Federação de Ciclismo defendeu, entretanto, uma autorização especial para que os cerca de 100 ciclistas profissionais em Portugal possam sair de casa para treinar.
"Sendo essa a sua atividade principal, é importante que mantenham a forma física, porque a qualquer altura que retomem a atividade têm de estar operacionais. Devem sair de casa para treinar de forma individual, em estradas com poucas pessoas, e mantendo todo o rigor e as normas de seguranças definidas pelas autoridades", apelou Delmino Pereira.
O dirigente pediu, no entanto, que a restante comunidade de ciclismo, que não seja profissional, cumpra as normas nacionais para que a modalidade "não dê um exemplo negativo nas medidas de contenção da propagação dos vírus".
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 341 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 15.100 morreram.
Em Portugal, há 23 mortes e 2.060 infeções confirmadas, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde.
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