O espanhol Raúl Alarcón celebrou hoje o segundo triunfo consecutivo na Volta a Portugal em bicicleta, após o contrarrelógio final, em que o seu compatriota Vicente García de Mateos se intrometeu na festa da W52-FC Porto.
“Ganhar outra Volta é algo emocionante, incrível. Tenho de agradecer a toda a equipa o trabalho, sem a sua ajuda não seria possível”, referiu o novo bicampeão.
García de Mateos (Aviludo-Louletano) imitou Alarcón e somou o terceiro triunfo em etapas na 80.ª edição da Volta a Portugal, ao ‘voar’ em Fafe, percorrendo os 17,3 quilómetros do ‘crono’ em 25.17 minutos, para bater dois ‘dragões’ – João Rodrigues, a 21 segundos, e Alarcón, a 34.
“Eu tinha dito que até ao último momento ia estar a fazer guerra e a melhor maneira de mostrá-lo foi vencer este ‘crono’”, referiu De Mateos.
Contudo, o esforço de De Mateos não foi suficiente para ultrapassar o português Jóni Brandão (Sporting-Tavira) na segunda posição, repetindo o terceiro lugar de 2017, numa Volta na qual esteve para não participar, devido a uma suspensão preventiva por irregularidades no passaporte biológico, que acabou por ser levantada.
“Faltou um pouco [para o segundo lugar], mas estou contente. Demos o máximo”, referiu.
A vitória da véspera na Senhora da Graça tinha deixado Alarcón com a vitória final praticamente garantida e hoje ainda conseguiu aumentar a vantagem para Brandão, quarto no contrarrelógio de hoje e que ficou a 1.01 do ciclista de Alicante, enquanto De Mateos terminou a 1.14.
“Muitas emoções [quando cortei a meta]. O ano não começou da melhor maneira, mas acabou muito bem. Foi pelo trabalho da equipa que consegui vencer a Volta”, referiu Alarcón.
As dúvidas colocadas ao longo da prova em relação à força da W52-FC Porto, menos exuberante no comando da corrida do que em outros anos, ficaram praticamente dissipadas nos dois últimos dias, com o excelente trabalho na Senhora da Graça e com o domínio quase avassalador no ‘crono’.
Os ‘dragões’ colocaram três ciclistas no ‘top-5’ da etapa – João Rodrigues, uma das revelações desta edição, Alarcón e Ricardo Mestre (quinto) – e mais dois entre os 10 primeiros – Gustavo Veloso (sétimo) e António Carvalho (nono).
A excelente prestação de hoje permitiu ao conjunto do Sobrado vencer pela quinta vez a prova por equipas, ultrapassando o Sporting-Tavira, que, no sábado, liderava por dois segundos.
“O sentimento é incrível, trabalhámos muito todos. Sem uma equipa não se consegue vencer uma Volta, agradeço a todos eles”, afirmou.
Para Alarcón, os momentos chave da prova foram “o ataque na descida” para Oliveira do Hospital, na terceira etapa, quando vestiu a amarela, e a tirada seguinte, nas Penhas da Saúde, quando ganhou “mais tempo”.
Sem qualquer vitória em etapas, os ‘leões’ acabam por ter de se contentar com o segundo lugar de Jóni Brandão, o melhor luso, enquanto a Efapel, das principais equipas portuguesas, acabou por ser a maior derrotada, com Henrique Casimiro a ser apenas 10.º.
A Vito-Feirense-Blackjack sai da 80.ª edição com a camisola branca do espanhol Xuban Errazkin, melhor jovem, e com o quarto posto de Edgar Pinto, enquanto a Rádio Popular-Boavista tem dois homens no ‘top-10’, João Benta (sexto) e Domingos Gonçalves (nono), que venceu a sexta etapa.
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