A seleção cabo-verdiana de basquetebol vai participar nas eliminatórias para o Afrobasket’2017, em março, disse à Agência Lusa o diretor-geral dos Desportos, Anildo Santos.
“Já é uma realidade. Cabo Verde vai participar nas eliminatórias para o Afrobasket'2017”, garantiu Anildo Santos, que tinha feito um pedido à FIBA-África, após a federação ter decidido não inscrever a seleção por causa de falta de dinheiro.
O pedido do organismo que rege o basquetebol africano foi aceite e Cabo Verde tinha até segunda-feira para confirmar a sua participação no apuramento para a prova máxima de seleções de basquetebol em África.
Segundo Anildo Santos, agora que está garantida a presença de Cabo Verde, cabe agora às associações regionais criarem uma comissão de gestão do processo, uma vez que os membros da federação demitiram-se na sequência da polémica no basquetebol cabo-verdiano.
A Federação Cabo-verdiana de Basquetebol (FCBB) decidiu não inscrever a seleção nas eliminatórias do Afrobasket, alegando falta de dinheiro e dívidas da anterior direção.
A decisão gerou muita polémica no país e não agradou aos jogadores selecionáveis, tendo um grupo de antigos atletas, liderados por Rodrigo Mascarenhas, iniciado contactos para formar uma equipa para liderar o basquetebol cabo-verdiano e ainda levar à seleção às eliminatórias.
O Tribunal e a Polícia estiveram na sede da FCBB para penhorar alguns bens para saldar as dívidas contraídas pela federação, que nos 12 anos anteriores foi liderada por Kitana Cabral.
Após a demissão, os membros da FCBB tiveram uma reunião com a DGD, tendo mantido a decisão de não levar a seleção às eliminatórias, mas deixou ao critério das associações regionais “trabalhar uma solução para a presença de Cabo Verde no Afrobasket’2017”.
E, tendo em conta que há um vazio diretivo, Anildo Santos avançou que as associações regiões vão criar uma comissão para preparar as deslocações de Cabo Verde.
O diretor-geral dos Desportos disse que não poderá avançar os custos da participação de Cabo Verde nas eliminatórias, mas pediu o envolvimento de todas as entidades e parceiros no país.
Em comunicado, a federação demissionária criticou a DGD, entendendo que ao contactar a FIBA-África “ultrapassou todos os limites de coerência”, por ter apoiado uma comissão de emergência que considera ser “ilegal”.
Questionado pela Agência Lusa, Anildo Santos disse que entende a autonomia das federações, mas salientou que estava em causa a seleção nacional, que considera está "acima de todos”.
O responsável desportivo sublinhou ainda que houve diálogo entre as partes e que, num dos pontos de uma nota, a federação deixou claro à DGD para gerir o processo, tendo contacto as associações regionais, que criaram a comissão que vai também preparar eleições.
As eliminatórias vão acontecer em dois minicampeonatos, o primeiro de 17 a 19 de março, em Bamako (Mali), e o segundo de 24 a 26 de março, em Dakar (Senegal).
A Guiné-Conacri será a outra equipa da Zona II Africana a participar no torneio qualificativo.
Os dois vencedores do conjunto dos dois minicampeonatos qualificam-se para o Afrobasket’2017, que será disputado de 19 a 30 de agosto, em Brazzaville, no Congo.
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