Centenas de pessoas receberam Aeroporto Humberto delgado, em Lisboa, pela chegada de Nelson Évora e Inês Henriques, que conquistaram as duas únicas medalhas de ouro de Portugal nos Europeus de atletismo, em Berlim.

Recebido por várias dezenas de pessoas no Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, que felicitaram também Inês Henriques, campeã europeia nos 50 quilómetros marcha, e a restante comitiva, o atleta do Sporting somou em Berlim a 10.ª medalha no triplo salto em grandes provas internacionais e juntou, finalmente, o título continental à vitória em Mundiais (2007) e Jogos Olímpicos (2008).

"Estou muito feliz, por finalmente ter conquistado este título. Tenho 34 anos e depois de tantos contratempos e muitas lesões, acho que tudo depende da nossa cabeça e da ambição que temos para atingir os objetivos. Senti neste Europeu que tinha tudo para conquistar uma medalha. A realidade é que foi difícil, mas o objetivo foi conseguido", começou por dizer Nélson Évora aos jornalistas.

"Os meus familiares e amigos sempre me passaram a mensagem que o importante era entrar na pista para me divertir, e só nos últimos anos é que aprendi o valor dessa mensagem. Por isso entrei, interagi com o público e aí se deu o clique", acrescentou.

"Desde que mudei a minha vida, entrei em quatro grandes competições e ganhei medalhas. Cada título tem um sabor especial, cada prova tem a sua história. Há muitas coisas por detrás das medalhas e quando as conquistamos parece que conquistamos algo novo. Amo aquilo que faço desde os 7 anos, quando descobri o atletismo. Foi paixão à primeira vista. É ali que me sinto bem e o segredo de me reinventar é a capacidade de me adaptar às coisas novas. Sou um artista e tenho de ter a capacidade de me reinventar. Não faço nada para calar a crítica. Faço por mim e pelos portugueses", destacou.

No futuro do triplista vislumbram-se já os Jogos Olímpicos de Tóquio2020, aos quais chegará com 36 anos, mas com a mesma ambição que o levou a conseguir o ouro em Pequim2008, quando tinha apenas 24 anos. Sob a orientação do treinador cubano Ivan Pedroso desde 2017, Nelson Évora garante que a planificação já está desenhada para brilhar no Japão.

“O objetivo é chegar a Tóquio o mais forte possível e trazer uma medalha. Nunca fui para uma grande competição sem pensar numa medalha. Ainda faltam muitos treinos até lá, pequenas lesões, e há que gerir bem. Temos um plano bastante bom”, finalizou.

Nelson Évora subiu ao lugar mais alto do pódio no triplo salto dos Europeus de atletismo de Berlim, com a marca de 17,10 metros, secundado por Alexis Copello, do Azerbaijão, que conquistou a medalha de prata (16,93), e pelo grego Dimitrios Tsiámis, que arrecadou o bronze (16,78).