A marchadora portuguesa Inês Henriques expressou hoje o sonho de ter uma chance de correr os 50 quilómetros marcha nos Jogos Olímpicos de Tóquio2020, uma disciplina que luta pela integração da corrida feminina no calendário olímpico.
Com algumas dezenas de pessoas à sua espera no Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, a atleta, de 38 anos, não ocultou o seu otimismo em relação a essa ‘batalha’, sobretudo depois de reforçar o seu estatuto: ao título mundial na estreia de 2017, somou na passada terça-feira a vitória nos Europeus de Berlim.
“É, sem dúvida, um dos melhores momentos da minha carreira. Os 50 kms são uma oportunidade que me vieram dar. Sou uma pioneira e sinto-me muito feliz por isso. [Os Jogos Olímpicos] são o grande objetivo. Acredito com todas as minhas forças que estarei em Tóquio a fazer os 50 kms marcha”, disse.
A luta pela integração da prova feminina dos 50 kms marcha no calendário de Tóquio2020 é uma corrida quase tão longa como a disciplina em si mesma. Nesse caminho, a atleta portuguesa está a ser auxiliada pelo advogado norte-americano Paul Demeester, o mesmo que já a ajudou a poder competir nestes Europeus.
“O advogado que me ajudou na introdução dos 50 kms nos Mundiais e nos Europeus está a trabalhar para o conseguir nos Jogos Olímpicos. Não é fácil. O ano passado tivemos sete atletas no Campeonato do Mundo, agora tivemos 19 nos Europeus e com grande qualidade. É algo a que temos direito, acredito que vamos conseguir. Temos o direito de ter a mesma oportunidade que os homens”, afirmou.
Confessando estar a viver uma “segunda vida” no atletismo, Inês Henriques lembrou ainda um percurso na modalidade que já conta com 26 anos e manifestou gratidão pela “oportunidade fantástica” que esta disciplina lhe deu nos últimos anos.
Paralelamente, o presidente da Federação Portuguesa de Atletismo, Jorge Vieira, considerou Inês Henriques e Nelson Évora, os dois medalhados de ouro em Berlim, “ídolos” para os mais jovens e “um exemplo” para o desporto português, enaltecendo a prestação de toda a comitiva nestes Campeonatos da Europa.
“Foi uma grande performance para o atletismo português. Além da análise dos resultados, fica uma grande satisfação e um grande orgulho. Não só pelos medalhados, mas pela média de resultados, que foi dos melhores Campeonatos da Europa de sempre. O nome de Portugal ficou bem marcado naquele estádio. Demonstrámos que aumentámos a nossa competitividade ao nível internacional”, concluiu.
Notícia atualizada às 21h04
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