Ana Cabecinha celebrou hoje a sétima presença no top-10 nos 20 quilómetros marcha dos Mundiais de atletismo, com o nono lugar e o apuramento olímpico em Budapeste, onde Vitória Oliveira foi 24.ª, com recorde pessoal.
A marchadora algarvia, de 39 anos, concluiu a prova disputada nas ruas da cidade património da UNESCO, com partida e chegada à Praça dos Heróis, no nono lugar, em 01:28.49 horas, batendo por 31 segundos a marca de qualificação para os Jogos Olímpicos Paris2024 (01:29.20).
A atleta do CO Pechão, recordista nacional, com 01:27.46, vai disputar os seus sétimos Mundiais consecutivos, repetiu o nono lugar das últimas duas edições dos Mundiais, em Oregon2022 e Doha2019, depois de ter sido sexta em Londres2017 e Moscovo2013, quinta em Daegu2011 e quarta em Pequim2015.
“Eu tentei desfrutar cada volta, neste campeonato, depois da viagem tão atribulada que tivemos. Tentei passar para trás das costas, sorrir e sentir-me bem, e isso aconteceu, conseguindo estar aqui e fazer mínimos olímpicos e um top-10 mundial”, descreveu Ana Cabecinha.
A algarvia foi a terceira europeia nos 20 km marcha, vencidos por Marta Pérez, que assegurou a Espanha o domínio na distância, um dia depois da vitória de Álvaro Martin na prova masculina.
Em 01:26.51 horas, Pérez sucedeu à peruana Kimbarly García Léon, campeã em Oregon2022 nos 20 e 35, que hoje foi relegada para o quarto lugar, atrás da australiana Gemina Montag e da italiana Antonela Palmisano, segunda e terceiras classificadas, com os tempos de 01:27.16 e 01:27.26, respetivamente.
Ana Cabecinha, que nunca arriscou estar entre as da frente, seguiu praticamente durante toda a prova no primeiro grupo perseguidor, passando, aos 10 quilómetros, no 10.º lugar, a 21 segundos das sete primeiras.
E foi assim que selou a sua quinta presença olímpica, depois dos sextos lugares no Rio2016 e Londres2012, mas também do oitavo em Pequim2008 e o 20.º em Tóquio2020.
“Era para isso que eu estava a batalhar, pelos mínimos. Qual é o segredo? O segredo é ter uma grande equipa por trás. Porque, com todos estes anos, se não soubermos gerir a nossa carreira fica difícil. Se não fossem eles, e o meu treinador [Paulo Murta] sabe bem aquilo que faz e eu acredito no trabalho dele, então é altura de dar os parabéns a todos pelo que consegui”, realçou.
Vitória Oliveira, que se apresentou com o pior registo da temporada entre as 48 presentes na prova, também saiu satisfeita, melhorando o seu recorde pessoal, para 01:33.04 horas, com o 24.º lugar.
“Inicialmente, senti-me muito bem. Sei que estou num bom momento de forma e ambicionava um bocadinho melhor, em termos de marca e mesmo em termos de posição. Sabia que era difícil, mas queria ir um bocadinho mais além”, admitiu a marchadora natural de Loures
Aos 30 anos, Vitória Oliveira estreou-se na distância mais curta da especialidade em Mundiais, depois de ter sido 19.ª nos 35 quilómetros em Oregon2022, sem nunca arriscar demasiado, passando a meio da prova no 27.º posto, a 01.59 minutos da liderança.
“No final, a marca não é má, depois dos dois dias difíceis que tivemos com uma viagem muito dura – ficámos sem bagagens –, que tornaram este campeonato complicado. Mas acho que mostrámos que estamos no bom caminho, principalmente a marcha. Estou muito feliz, principalmente pelo mínimo olímpico da Ana [Cabecinha] e também por poder sonhar com Paris juntamente com ela”, sublinhou Vitória Oliveira.
A 19.ª edição dos Campeonatos do Mundo de atletismo Budapeste2023 arrancou hoje e decorre até 27 de agosto.
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