A portuguesa Inês Henriques, campeã mundial dos 50 km marcha, que juntamente com mais cinco atletas recorreu ao Tribunal Arbitral do Desporto (TAS), para a homologação olímpica da distância, afirmou hoje estar “tranquila” e “confiante” numa decisão favorável.

“Continuamos a lutar, mas acredito que ainda é possível”, referiu à agência Lusa Inês Henriques, que pretende ver a corrida feminina dos 50 km marcha, que faz apenas parte das principais competições desde o Mundial de 2017, em Londres, integrada no programa olímpico para Tóquio2020.

O recurso apresentado pelas seis marchadoras contra a Federação Internacional de Atletismo (IAAF) e o Comité Olímpico Internacional (COI) foi registado pelo TAS, mas ainda não está definida nenhuma data para a audiência desde processo.

Inês Henriques afirmou estar “confiante” numa decisão favorável e mostrou-se “tranquila” e sem se deixar perturbar pela indecisão, até porque está concentrada na preparação da Taça da Europa e, depois, do Campeonato do Mundo.

“Isto [reconhecimento dos 50 km marcha a exemplo de igual distância para o setor masculino] é um processo em que eu faço a minha parte e o advogado [o norte-americano Paul DeMeester que representa as seis atletas] faz a dele”, acrescentou Inês Henriques.

Inês Henriques adiantou que o TAS “exigiu uma verba avultada para a entrada do processo”, “talvez para pressionar as atletas a desistir”, mas o advogado Paul DeMeester, que as representa e lidera a pretensão, assegurou todos os meios financeiros necessários para o apelo.

A IAAF argumenta que a inscrição dos 50 km marcha femininos no programa dos Jogos Olímpicos de Tóquio só “foi solicitado no ano passado e o Comité Olímpico Internacional respondeu que já era tarde demais”.

No início de março, a chinesa Liu Hong, campeã olímpica, mundial e recordista dos 20 km marcha, bateu o recorde mundial dos 50 km – que já pertenceu a Inês Henriques -, em Huangshan, na China, ao percorrer a distância em 03:59.15 horas, tornando-se na primeira mulher a baixar das 4 horas.

Liu Hong, de 31 anos, que também detém o mínimo mundial dos 20 km marcha, bateu o recorde anterior da sua compatriota Liang Rui, estabelecido em 2018 (4:04.36 horas).

A IAAF encontra-se a refletir sobre as atuais distâncias das provas de marcha e, de acordo com as várias propostas em discussão, a de 50 km poderá simplesmente desaparecer, por troca com dois eventos de 10 km e 30 km.