Dois recordes do mundo batidos, ambos no último dia de provas, marcaram os Campeonatos do Mundo de atletismo em pista coberta, que hoje terminaram em Belgrado com o domínio global dos Estados Unidos.
Armand Duplantis, no salto com vara, e Yulimar Rojas, no triplo salto, são assim as grandes figuras individuais destes campeonatos, que fecharam com uma sessão de 'luxo', em que também se assistiu ao igualar do recorde mundial dos 60 metros barreiras, através do norte-americano Grant Holloway.
Globalmente, os Estados Unidos destacaram-se amplamente, com um invulgar total de 19 medalhas, mais do dobro das nove da Etiópia, país que, no entanto, foi o único a chegar às quatro medalhas de ouro, graças aos triunfos nos 1.500 e 3.000 metros.
No quadro de pontos (posições de primeiro a oitavo), os norte-americanos chegam aos 177 pontos, também aqui muito à frente da Etiópia, que, graças à força do seu meio-fundo, soma 76 pontos.
Portugal, na sua melhor prestação dos últimos 20 anos, fechou em sexto no quadro de medalhas, com o ouro de Dongmo e a prata de Pichardo, e em 18.º no quadro de pontos, com 18. Melhor, só em Lisboa2001.
Uma referência especial merece a pequena delegação da Ucrânia, seis atletas apenas, face ao quadro de guerra no país, invadido pela Rússia. Mesmo com o evidente stress das últimas semanas e com limitações de treino, consegue uma medalha de ouro e uma de prata, com cinco lugares de top-8.
De Armand Duplantis, o jovem sueco de 22 anos que é campeão olímpico e já tinha batido o recorde mundial este mês, espera-se sempre o máximo e hoje não era exceção.
No entanto, parecia que o recorde, a 6,20 metros, não estava para acontecer, com a preparação para os últimos ensaios a ser 'cortada' pela realização das duas finais de estafetas, o que o desconcentrou. Mas recompôs-se e, após dois saltos por baixo da fasquia, foi mesmo a novo recorde.
O brasileiro Thiago Braz, campeão olímpico no Rio2016, fez recorde sul-americano, com 5,95.
De manhã, outra 'vencedora antecipada' também brilhou - a venezuelana Yulimar Rojas, igualmente campeã olímpica e recordista mundial do triplo salto.
A vitória foi logo assegurada no primeiro salto e ao sexto 'explodiu' para fantásticos 15,74 metros, deixando a um metro certo a ucraniana Maryna Bekh-Romanchuk.
Outro grande favorito que não desiludiu foi Grant Holloway, a igualar o seu próprio recorde mundial nas semifinais, que venceu em 7,29 segundos. Foi mais lento em um décimo de segundo na final, que também ganhou.
Ao terceiro dia, os sérvios também tiveram direito a fazer a festa, com o sucesso, esperado, de Ivana Vuleta, a campeã do salto em comprimento, com 7,06 metros.
Já com os ouros conquistados nos 3.000 metros e 1.500 metros femininos e 3.000 metros masculinos, a Etiópia fez o pleno nas corridas de meio-fundo em pista, com a vitória de Samuel Tefera nos 1.500 metros masculinos. Na sessão da manhã, fora Selemon Barega a ganhar nos 3.000 metros (7.41,38).
O campeão em título dos 1.500 metros defendeu a 'coroa' em 3.32,77 minutos, numa corrida em que o norueguês Jakob Ingebrigtsen, campeão olímpico, bem tentou o triunfo, mas sem sucesso.
O sul-coreano Woo Sanghyeok foi o surpreendente campeão do salto em altura, com 2,34 metros, e nos 800 metros femininos triunfou a norte-americana Ajee Wilson (1.59,09 minutos).
Nas estafetas de 4x400 metros, vitórias para o quarteto masculino da Bélgica (3.06,52) e para o feminino da Jamaica (3.28,40).
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