O selecionador de Portugal de andebol, Paulo Pereira, considerou “difícil, mas não impossível”, repetir ou superar no Euro2022 o histórico sexto lugar de há dois anos, muito por culpa de lesões e da covid-19.
“Eu sei bem como nos preparámos [para o Euro2020], fisicamente, taticamente e estrategicamente, e até agora não temos conseguido fazer nada disso, nem 10 por cento, muito longe do que fizemos em 2020”, disse à agência Lusa Paulo Pereira.
Sem poder contar com os lesionados André Gomes, Luís Frade, Pedro Portela e João Ferraz, Paulo Pereira viu ainda a preparação para o Euro2022, a decorrer de quinta-feira a 30 de janeiro na Hungria e na Eslováquia, condicionada por vários casos de covid-19.
“A preparação para este Europeu foi extremamente complicada. Nunca me tinha acontecido igual desde que exerço esta atividade. Tivemos que proceder a adaptações constantes e cada dia era uma coisa nova”, adianta o selecionador.
Sem nunca ter podido contar com todos os convocados nos estágios preparatórios, a seleção portuguesa teve ainda de desistir do torneio suíço Yellow Cup, que viria a ser cancelado, e que constituía a última oportunidade para aferir da sua condição competitiva antes do campeonato da Europa.
“Vamos ver como vamos chegar a este Europeu, mas a preparação tem sido muito difícil, com a covid-19, não só com as infeções, mas com a gestão dos contactos de risco, e as lesões, que obrigaram a uma série de reajustamentos”, disse Paulo Pereira.
O selecionador nacional deposita alguma esperança na capacidade de superação da seleção, como já aconteceu em momentos anteriores, mas reconhece que até isso “tem um limite”.
“Espero que continuemos a fazer bastante melhor do que teoricamente podíamos fazer, mas as coisas são como são e dificilmente as podemos mudar”, considerou Paulo Pereira, acrescentando que “isto está um pouco caótico por todo o lado”.
O selecionador pede ainda uma “pontinha de sorte” e chegar ao primeiro jogo com a Islândia, na sexta-feira, que considerou fundamental, dado que é um adversário direto na luta pela passagem à fase principal, “com todo o grupo disponível”.
“O principal objetivo é passar ao ‘main round’ [fase principal]. A Islândia é um candidato a passar ao ‘main round’ e este grupo [com a anfitriã Hungria e os Países Baixos] vai ser muito equilibrado”, admitiu o selecionador luso.
De acordo com Paulo Pereira, a seleção portuguesa tem que “fazer tudo bem feito” e “ser o mais objetiva possível, ou seja, fazer com que o menos, neste caso os treinos, a preparação e a planificação, sejam transformados em mais, para potenciar a equipa”.
A passagem à fase principal do Euro2022, ao alcance dos dois primeiros classificados de cada um dos seis grupos, garante ainda a 12 seleções a isenção de disputar o primeiro ‘play-off’ de apuramento para o Mundial de 2023.
“E, se nós nos classificarmos para o Mundial [de 2023], ficamos com o recorde de apuramento para grandes competições consecutivas [depois de Euro2020, Mundial2021, Jogos Olímpicos de 2020, em 2021, e Euro2022]”, assegura Paulo Pereira.
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