A judoca Catarina Costa (-48 kg), três vezes vice-campeã europeia, a última das quais em abril, quer encarar os Mundiais de Budapeste, onde compete na sexta-feira, “combate a combate”, ciente da exigência da competição.

“É um campeonato do mundo, sei que vai ser difícil e que vai ter que ser combate a combate. Já tive grandes campeonatos do mundo como, por exemplo, o do ano passado, em que a preparação não foi tão boa nem tão longa, porque as condições assim não o permitiram e já tive também preparações melhores em que eu me sentia bem e que a prova não correu tão bem. Portanto, acho que é aproveitar o resto da preparação, fazer o melhor possível e depois no dia também estar mentalmente preparada e fresca para enfrentar qualquer desafio que possa aparecer”, disse a judoca em entrevista à agência Lusa.

Catarina Costa persegue ainda a subida ao pódio nuns Mundiais, competição em que esteve duas vezes na luta pelas medalhas, em Abu Dhabi no último ano e em Baku em 2018, situações em que acabou por ser quinta classificada.

No currículo, tem quatro medalhas em Europeus (três de prata e uma de bronze) e em Jogos Olímpicos também lutou por uma medalha, em Tóquio2020, num evento disputado em 2021 devido à pandemia da covid-19, e em que terminou em quinto.

Habituada aos grandes palcos, a ‘pequena’ judoca, de 1,55 metros, que, a par do judo, estuda para ser médica, tem-se focado no que diz ser o caminho para se apresentar em Budapeste com confiança e num pico de forma.

“Acho que todos os atletas deste nível e que já competiram por grandes medalhas em grandes competições têm sempre alguma confiança no seu trabalho, não é? E também acabam por ter alguma insegurança que é própria e que os faz também, pelo menos a mim, querer trabalhar mais e melhorar ainda mais, para garantir que nada falha no grande dia. Claro que isso é impossível, é impossível estarmos perfeitos. O corpo também pode pregar partidas, nós já temos de estar muito bem e dias antes lesionarmo-nos,, espero que não aconteça, mas claro que vou com a confiança de que estou a fazer o trabalho bem feito para a competição e isso é o que sempre me deu motivação. Essa tal confiança na prova é saber que eu fiz a preparação correta e tudo aquilo que eu e o meu treinador planeámos desde o início", acrescentou.

Na capital húngara, onde abrirá a competição na sexta-feira, dia das categorias mais leves, Catarina Costa tem a perfeita noção de se entrar num novo ciclo olímpico e desde logo com algumas judocas menos conhecidas no circuito.

“Claro que é sempre um desafio, mas também sou alguém muito atenta e que gosta de viver mesmo muito bem o mundo do judo e estou bastante atenta e curiosa com adversárias novas e com pessoas que vão entrando na categoria. Tenho conhecimento da maioria delas, até agora vejo algumas competições onde inclusivamente elas lutam e os resultados que têm tido, penso que de todas as que poderão aparecer só há realmente uma que eu desconheço de todo, que é da Coreia do Norte [Su Song Jon], que está inscrita”, explicou.

A participação portuguesa nos Mundiais de Budapeste, entre 13 e 20 de junho, será feita na normalidade, sob bandeira lusa, depois de o organismo internacional ter chegado a suspender Portugal, devido a uma dívida de 800.000 euros, num cenário, entretanto, revertido, com mediação junto das instâncias do judo internacional do Comité Olímpico de Portugal (COP).

Portugal competirá em Budapeste com Catarina Costa (-48 kg), Taís Pina (-70 kg), Patrícia Sampaio (-78 kg), Miguel Gago (-66 kg), Otari Kvantidze (-73 kg), João Fernando (-81 kg) e Jorge Fonseca (-100 kg).

No total, são esperados na Hungria 564 judocas, 298 masculinos e 266 femininos, provenientes de 93 países, dos quais a anfitriã Hungria (21 judocas), Brasil, Itália, Uzbequistão, Mongólia, Japão e França (18), e França e Alemanha (17), apresentam o maior número de inscritos.