O selecionador do Brasil de andebol, Marcus Tatá, reconhece que “a cada ano que passa Portugal sobe um degrau e está forte para o Mundial”, no qual disputa com os 'canarinhos' a fase preliminar, em Oslo.
Marcus Tata, que na quarta-feira conduziu os ‘canarinhos’ a um triunfo surpreendente face a coanfitriã Noruega (29-26), elogiou o processo de renovação em curso na seleção portuguesa, particularizando o 'crescimento' dos irmãos Martim e Francisco Costa, e defendeu que "é uma equipa muito bem treinada e com um padrão de jogo bem definido".
Enquanto selecionador brasileiro, Marcus Tatá, de 45 anos, defrontou por três vezes a seleção portuguesa, tendo registado os três resultados possíveis, pelo que antevê um duelo muito equilibrado e de tripla, na sexta-feira.
"Joguei três vezes contra Portugal. Dois jogos amigáveis, em que perdemos um e ganhámos outro, e empatámos no Mundial anterior [na fase principal]. Acredito que vai ser um jogo difícil", disse à agência Lusa o selecionador brasileiro.
No Mundial2023, Portugal chegou a festejar o triunfo frente ao Brasil, mas a equipa de arbitragem, com o recurso ao vídeo, sancionou uma falta com um livre de sete metros, que deu o empate (28-28) aos ‘canarinhos’ e comprometeu as aspirações lusas.
Este invulgar incidente ditou que Portugal ficasse obrigado a vencer na derradeira jornada da 'main round' a candidata seleção sueca, a jogar em casa, em Gotemburgo, para passar aos quartos de final, o que acabou por não acontecer (30-32).
O técnico brasileiro recordou esse momento polémico, ressalvado que são águas passadas e que Portugal não vai encarar o reencontro como um ajuste de contas.
"Temos de ir jogo a jogo. Passar à 'main round' com pontos, porque o cruzamento é difícil, é o primeiro objetivo. Depois, é ver como as outras equipas estão, mas acredito que vamos fazer um bom Mundial", prometeu.
O jogo entre portugueses e brasileiros é marcado por alguns reencontros, nomeadamente o do pivô Luís Frade com o lateral Thiago Petrus, ambos do FC Barcelona, e o de António Areia com Jean-Pierre Dupoux, ambos pontas do Tremblay.
Também o pivô brasileiro Edy Silva vai deparar-se com os companheiros no Sporting Diogo Branquinho, João Gomes, Pedro Portela, Salvador Salvador e os irmãos Martim e Francisco Costa.
Para o Mundial2025, que inicia com a presença no Grupo E, com Estados Unidos e Noruega, além de Portugal, o ‘timoeiro’ da seleção brasileira conta com uma mistura entre experiência e juventude, com os veteranos Haniel Langaro ou Thiagus Petrus, acompanhados por jovens emergentes, como Bryan Monte da Silva.
Questionado sobre qual a seleção favorita a vencer o Mundial, Marcus Tatá indicou a Dinamarca, que, na sua opinião, "está um passo à frente de todos, como provou nos Jogos Olímpicos", num patamar elevado que inclui ainda Noruega, Alemanha e França.
Desde que regressou em 1995 aos Mundiais, na Islândia, após uma ausência de 37 anos, o Brasil não voltou a falhar uma fase final e, na presente edição, coorganizada por Croácia, Dinamarca e Noruega, alcança a sua 16.ª participação consecutiva.
No entanto, o Brasil esteve apenas uma vez entre os 10 primeiros, em 2019, no campeonato disputado na Dinamarca e na Alemanha, quando terminou em nono, com cinco vitórias em oito jogos. Em 2021, no Egito, terminou em 18.º e em 2023, na Polónia e Suécia, em 17.º.
Até agora, o Brasil venceu 28 jogos em fases finais de Mundiais, em 95 disputados, e tornar-se-á a primeira seleção sul-americana a disputar 100 jogos na presente dicção se, como tudo indica, passar da fase preliminar.
Portugal defronta o Brasil na sexta-feira, às 18:00 locais (17:00 em Lisboa), na segunda jornada do Grupo E do Mundial2025, depois de se ter estreado com uma vitória tranquila frente aos Estados Unidos (30-21).
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