O guarda-redes do Esch Hugo Figueira disse hoje à Lusa que Portugal tem “uma seleção fortíssima”, de que antigos internacionais como ele se sentem “uma parte”, após “muitos anos para chegar a este nível”.

“Nós que somos do andebol e trabalhámos ali muitos anos, sentimos uma parte disto, de que isto também é nosso, porque batalhámos muitos anos para chegarmos a este nível. Temos uma seleção fortíssima, a ombrear com potências do andebol mundial”, afirmou, em declarações à Lusa pouco depois da vitória portuguesa ante a Alemanha (31-30, após prolongamento).

Este inédito apuramento para as meias-finais de um Campeonato do Mundo deixa, por atacado, Portugal entre “as quatro melhores equipas” a nível global.

“Se me perguntassem há uns quatro anos se podíamos estar lá, diria que é impossível...”, confessa Hugo Figueira.

Hoje a jogar nos luxemburgueses do Esch, aos 45 anos, Figueira fez 137 jogos a defender a baliza da seleção portuguesa e, hoje, gabou os guarda-redes portugueses, que “estiveram muitíssimo bem”, mas guardou uma nota para o dos adversários, o campeão olímpico Andreas Wolff.

“Não chegámos [ao apuramento] sem sofrer tanto porque o grande Wolff apareceu hoje, e fez um grandíssimo jogo. Se não, a partida nem teria chegado a prolongamento. Esteve extraordinário”, afirmou.

O antigo guarda-redes de Benfica e Sporting, que esteve nos Europeus de 2000 e 2006, vive no Luxemburgo e todos os dias é interpelado acerca da seleção, prova do impacto que está a ter na diáspora e nas comunidades lusófonas noutros países.

“Perguntam-me pelo andebol e pela seleção, acompanham o que estão a fazer neste Mundial”, revelou.

Olhando para dentro do grupo, vê uma equipa “toda muita amiga”. “Querem muito fazer história, e já fizeram história. Só temos de aplaudir. Se os políticos, o Presidente da República, estiverem atentos, penso que já merecem uma medalha”, comentou.

Portugal já tinha assegurado anteriormente, com o apuramento para os quartos de final, o seu melhor resultado de sempre em seis presenças em Campeonatos do Mundo (1997, 2001, 2003, 2021, 2023 e 2025), ao melhorar o 10.º lugar alcançado em 2021, preparando-se para novo feito histórico.