A participação de atletas russos sob bandeira neutra nos Jogos Paralímpicos Paris2024, hoje autorizada pelo Comité Paralímpico Internacional (CPI), “encoraja a Rússia” na guerra em solo ucraniano, disse hoje um conselheiro da presidência da Ucrânia.

“Permitir a participação russa nos Paralímpicos (...) prolonga a guerra e encoraja a Rússia a aumentar os níveis de violência em massa na Ucrânia”, escreveu Mikhailo Podoliak, na rede social ‘X’ (antigo Twitter).

É a primeira reação de topo por parte dos ucranianos à decisão hoje tomada pela assembleia-geral do CPI, em Manama, permitindo a atletas russos participar, a título individual e sob bandeira neutra.

Após ter rejeitado a suspensão total do Comité Paralímpico da Rússia, por 74 votos a favor, 65 contra e 13 abstenções, os membros da reunião magna do IPC votaram a favor de uma suspensão parcial, por margem mais expressiva, de 90 votos favoráveis, 56 contra e seis abstenções.

O organismo internacional deverá pronunciar-se mais tarde sobre o estatuto do Comité Olímpico da Bielorrússia, país que, tal como a Rússia, também tem sido alvo de sanções devido à guerra na Ucrânia.

A deliberação do IPC acompanha a recomendação efetuada em março pelo Comité Olímpico Internacional (COI) às federações internacionais, no sentido de autorizar a participação de atletas russos e bielorrussos, sob condições estritas de neutralidade.

Apesar da recomendação, o COI não tomou posição sobre a presença de atletas daqueles dois países no maior evento desportivo mundial, que se vai realizar na capital francesa entre 28 de agosto e 08 de setembro de 2024, agendando-a para “o momento apropriado”.

Após a invasão da Ucrânia pelas tropas russas, em 24 de fevereiro de 2022, o IPC decidiu não autorizar a participação naquele ano de atletas da Rússia e da Bielorrússia nos Jogos Paralímpicos de Inverno, em Pequim.