Os velejadores portugueses Pedro e Diogo Costa garantiram hoje "motivação e determinação" para a sua participação nos Jogos de Olímpicos, que se realizam em Tóquio, mas vincaram que não podem prometer "bons resultados ou medalhas".
Os dois irmãos, de 26 e 24 anos, naturais do Porto, vão participar na classe 470, integrados no lote de cinco velejadores portugueses que conseguiram o apuramento para os Jogos, chegando ao Tóquio com o estatuto de vice-campeões mundiais.
"Somos estreantes nos Jogos Olímpicos, e, apesar termos uma boa evolução, não seria inteligente prometer resultados. O que podemos dizer é que vamos dar o melhor, e que estamos motivados e determinados para representar o país da melhor forma", disse Pedro Costa à agência Lusa.
Na simbólica cerimónia de despedida antes da partida para o Japão, realizada na marina de Vila Nova de Gaia, município que, juntamente com o Porto e Matosinhos, tem apoiado os dois atletas, o mais velho dos irmãos Costa não se mostrou pressionado a conseguir bons resultados.
"Termos sido vice-campeões do mundo este ano, pode ser um bom indício, mas não garante que o resultado se volte a repetir nos Jogos. O que pode é dar-nos confiança nas nossas capacidades, até porque somos os mais jovens participantes da nossa classe", acrescentou o velejador.
Para o irmão Diogo Costa, essa juventude é, sobretudo, "um bom indício" de que a vela em Portugal está a cativar as novas gerações, perspetivando "um bom futuro para a modalidade".
"Há cada vez mais jovens a praticar a Vela, que antes era conhecida por ter uma que média de idades mais alta. Era uma modalidade técnica, mas hoje está a ser mais física e, por isso, os jovens estão a entrar em força e conseguir bons resultados. Acredito que essa mudança vai continuar", disse Diogo Costa.
O mais novo dos irmãos partilhou que parte da preparação para a participação em Tóquio2020 foi feita na cidade espanhola de Santander, e mostrou-se confiante no trabalho realizado.
"Procuramos sempre treinar em sítios parecidos. Estivemos um mês inteiro no Japão, em 2019, e o mais semelhante com as condições das ondas e vento que encontrámos foi em Santander. Acreditamos que fizemos uma boa preparação e esperamos que os resultados espelhem isso", partilhou Diogo.
Apesar da confiança dos dois velejadores, António Roquette, presidente da Federação Portuguesa de Vela, garantiu que "não há pressão" para a comitiva nacional da modalidade, preferindo enaltecer o feito da qualificação olímpica para cinco atletas.
"Não há que fazer pressão. Os resultados são sempre imprevisíveis, mas o que importa é que eles estão bem preparados. Trabalharam muito e acredito que isso se vai repercutir na performance", partilhou o dirigente.
António Roquette lembrou que a dificuldade foi "em cinco anos apurar cinco atletas em três classes" para estes Jogos Olímpicos, mas mostrou-se orgulhoso pela evolução da modalidade no país, apontando como próximo objetivo "apurar atletas para seis categorias para os Jogos de Paris, em 2024".
O percurso de evolução dos atletas, nomeadamente de Pedro e Diogo Costa, tem sido feito com apoio das autarquias, com o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, e representantes dos municípios de Vila Nova de Gaia e Matosinhos, a marcarem presença nesta cerimónia de despedida dos dois velejadores.
"Quando formamos com Matosinhos e Vila Nova de Gaia a iniciativa ‘Frente Atlântica', pensamos sempre que os desportos náuticos deviam merecer uma atenção da nossa parte. Temos feito isso na vela e no surf, porque são desportos de futuro, com uma enorme ligação ao ambiente", disse o autarca portuense.
Rui Moreira, que também ele foi um praticante de vela de competição, deixou palavras de incentivo aos atletas nacionais, mas também vincou que "não pode haver uma pressão para trazerem medalhas".
"O importante é chegar a um Campeonato do Mundo ou a uns Jogos Olímpicos e competir com entrega. Porque depois há um conjunto de circunstâncias imprevisíveis. Devemos apoiar o seu talento, mas sem lhes colocar pressão", rematou Rui Moreira.
Além de Pedro e Diogo Costa, na classe de 470, a comitiva lusa de vela nos Jogos Olímpicos em Tóquio também será representada por Jorge Lima e José Costa, na categoria 49er, e por Carolina João, na classe Laser Radial.
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