Os atletas russos deverão ser todos proibidos de participar nos Jogos Olímpicos Tóquio2020, adiados para 2021 devido à pandemia de COVID-19, considerou hoje Grigory Rodchenkov, antigo chefe do laboratório antidopagem de Moscovo denunciante do ‘escândalo’ na Rússia.
Em entrevista à BBC, Rodchenkov afirmou que a decisão anunciada para Agência Mundial Antidopagem (AMA) em dezembro do ano passado de excluir a Rússia de Jogos Olímpicos e competições Mundiais por quatro anos, devido a problemas com doping, deve ser total e sem exceções.
Apesar da proibição, alguns atletas poderão ser autorizados a participar, competindo sob bandeira neutra, caso consigam demonstrar que nunca estiveram envolvidos no escândalo de doping, que contou com o apoio do governo russo.
“Deve ser uma proibição total e sem exceções”, afirmou Rodchenkov, o principal denunciante do esquema de doping organizado, que em finais de 2015 foi forçado a abandonar o cargo no laboratório e que se refugiou nos Estados Unidos, de onde continuou a lançar acusações contra as autoridades russas.
Grigory Rodchenkov, que vive nos Estados Unidos sob nova identidade, vai lançar na quinta-feira a sua autobiografia, cuja publicação deveria coincidir com os Jogos Olímpicos Tóquio2020, entretanto adiados devido à pandemia.
A Rússia foi excluída dos Jogos Olímpicos Tóquio2020 e da fase final do Mundial de futebol do Qatar, em 2022, devido ao uso recorrente de substâncias dopantes por parte dos seus atletas, com o apoio estatal, num processo revelado há cerca de seis anos.
O país, que nega todas as acusações e garante que a sanção imposta pela AMA tem motivações políticas, pode recorrer da decisão para o Tribunal Arbitral do Desporto (TAS).
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