O andebolista Miguel Martins realçou hoje a importância de começar o torneio olímpico com uma vitória frente ao Egito, para mostrar a Portugal, em Tóquio2020, que a seleção “é grande” e que pode “fazer grandes feitos”.
A estreante seleção portuguesa, ainda a recuperar da longa e atribulada viagem e do ‘jet lag’, dado que a diferença horária é de mais oito horas em Tóquio, já treinou num dos pavilhões anexos ao recinto de jogo e tem na quarta-feira previsto um último jogo de treino, com a Argentina.
“Penso que será o nosso último encontro de preparação e acima de tudo espero que não haja lesões, para estarmos na máxima força nos jogos a valer”, disse o central, de 23 anos, considerando o jogo praticado pelos argentinos parecido com o da seleção do Japão.
Ainda de acordo com Miguel Martins, a Argentina “é uma seleção que joga muito para os seis metros”, tem “jogadores rápidos, que causam muitos problemas”, pelo que o “jogo irá constituir um excelente teste para os encontros que se avizinham”.
Portugal, inserido no Grupo B, inicia no sábado o torneio olímpico, frente ao Egito, após o que defronta o Bahrain (26 de julho), Suécia (28), Dinamarca (30) e o anfitrião Japão (01 de agosto). Passam aos quartos de final os quatro primeiros de cada grupo.
Miguel Martins abordou ainda, numa conferência de imprensa via Zoom, a partir de Tóquio, as sensações tidas no primeiro contacto com a aldeia olímpica e a conversa motivadora mantida entre a seleção e judoca medalhada Telma Monteiro.
“O contacto com a aldeia olímpica está a ser incrível. Estão aqui muitas seleções e o ambiente é muito bom entre todos. Estamos a gostar muito”, comentou Miguel Martins, acrescentando que os atletas podem circular livremente no recinto, desde que com máscara.
O central lamentou que as restrições impostas à circulação, devido à pandemia de covid-19, impeçam os atletas de apoiar os restantes colegas da comitiva, bem como assistir a outras competições das mais variadas disciplinas.
“Gostava de conhecer os jogadores da NBA [basquetebol] e também de assistir a provas de skate, pois privei na viagem com o nosso atleta Gustavo Ribeiro e fiquei com alguma curiosidade. Pena não podermos estar a apoiar os nossos colegas portugueses a chegar a medalhas”, disse.
Miguel Martins considerou o ambiente olímpico “único e diferente de qualquer competição”, apesar das restrições e dos testes diários à covid-19 e das preocupações constantes em proteger de potenciais infeções que deitariam a perder o sonho.
“O sítio mais problemático é na cantina, onde muita gente está ao mesmo tempo para almoçar e jantar. Mas a nossa comitiva tem procurado estar junta e em horários desencontrados com as restantes e tiramos a máscara só para o essencial”, considerou.
A judoca Telma Monteiro, medalha de bronze no Rio2016 (-57 kg), que cumpre no Japão os quintos Jogos Olímpicos, passou à seleção de andebol uma mensagem de força e deu os parabéns pela primeira presença.
“[Telma Monteiro] Disse que nós temos de nos focar no processo e que não há favoritos à partida, pois todos querem vencer, pelo que tudo pode acontecer. Vamos jogo a jogo e começar com uma vitória com o Egito”, repetiu Miguel Martins.
A ausência de público e a hora tardia a que os jogos são transmitidos em Portugal não desmotivam a seleção, que, depois do apuramento para Tóquio2020, terá que “ir buscar forças noutro lado” para mostrar que Portugal “é grande e pode fazer grandes feitos”.
Miguel Martins abordou ainda a questão das camas da aldeia olímpica, criticadas pelo norte-americano Paul Chelimo, medalha de prata dos 5.000 metros no Rio2016, que, supostamente, são demasiado frágeis, já que a estrutura é de cartão prensado.
“A estrutura é toda em cartão. Estava a apertar os atacadores e entortei um pouco o canto da cama, que é feita de material reciclável. Mas são confortáveis. A parte do estrado é em cartão e tem o colchão em cima”, explicou Miguel Martins.
Comentários