O presidente do Comité Olímpico Palestiniano, Jibril Rajoub, disse esta quarta-feira que espera que os Jogos Olímpicos de Paris tragam mais atenção para a guerra em Gaza e a ocupação israelita da Cisjordânia.
"Paris é um momento histórico e grandioso para dizer ao mundo que é hora de dizer basta, já chega. Por isso, também tentaremos ter atletas vindos de Gaza, ou originalmente de Gaza." disse Rajoub numa conferência de imprensa em Ramallah.
Rajoub acrescentou que "os israelitas perderam o seu direito legal e moral de participar enquanto continuarem os seus crimes" em Gaza. Entre esses crimes, citou a morte de 300 atletas e membros do staff desportivo no território palestiniano costeiro, a destruição de infraestruturas desportivas e a utilização de estádios como centros de detenção pelas tropas israelitas.
Imagens dos media israelitas mostraram dezenas de palestinianos despidos, incluindo crianças, detidos no estádio de Yarmouk na Cidade de Gaza em dezembro.
Rajoub, que recentemente viu negado um visto para a Austrália, também lidera a Associação de Futebol da Palestina, que pediu a suspensão imediata de Israel da FIFA no congresso da principal entidade do futebol em maio.
Ele lamentou as restrições de movimento e as dificuldades de viagem que tornam desafiador para os atletas palestinianos viajar para eventos desportivos internacionais ou treinar no estrangeiro.
"Apesar de todas as dificuldades e desafios e da atmosfera geral, tivemos atletas qualificados" para os Jogos Olímpicos, disse o dirigente, referindo-se ao atleta palestiniano de taekwondo Omar Ismail.
"Acredito que no final teremos entre seis a oito" atletas em Paris, acrescentando que esperava que pudessem competir através do sistema de 'wildcards'. O sistema permite que um número limitado de atletas participe mesmo que não tenham cumprido os critérios necessários.
O chefe do Comité Olímpico Internacional, Thomas Bach, disse em abril que "mesmo que nenhum atleta (palestiniano) se qualificasse no terreno de jogo... então o CNO (Comité Nacional Olímpico) da Palestina beneficiaria de convites, como outros comités olímpicos nacionais que não têm um atleta qualificado". Bach disse esperar que a delegação contasse com "seis a oito" atletas.
O líder do COI acrescentou que o seu comité "desde o primeiro dia do conflito" em Gaza "apoiou de várias maneiras os atletas para que estes pudessem participar nas qualificações e continuar o seu treino".
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