A velejadora Mafalda Pires de Lima, única representante portuguesa na classe de kite nos Jogos Olímpicos de Paris2024, partiu para solo francês com o objetivo bem definido de ficar entre as 16 melhores classificadas.
A atleta, de 26 anos, fará a sua estreia olímpica em Marselha, na Marina de Roucas-Blanc, ponto de partida das embarcações para todas as provas de vela, recusando, nesta fase, vislumbrar o objetivo de chegar às medalhas e até aos diplomas.
"Por enquanto ainda não, se conseguir classificar entre os 16 primeiros seria uma conquista", afirmou, em entrevista à agência Lusa.
Apesar de se tratar da competição de máxima magnitude, inédita na carreira de Mafalda Pires de Lima, a jovem mostrou-se bastante tranquila, estado de espírito que procura cultivar no dia-a-dia para obter o melhor resultado possível.
"Hoje foi um dia bastante bom, a viagem foi curta, estivemos a instalar-nos no hotel e está tudo tranquilo, por enquanto", constatou.
Ainda na senda das estreias, também a classe de kite estará pela primeira vez representada em Jogos Olímpicos e a velejadora não escondeu o contentamento por estar no lote de "pioneiros" ao participar no evento.
"É sempre bom sermos os pioneiros da classe. Os competidores de agora são aqueles que farão evoluir a classe e estabelecerão o futuro. Por isso, é muito gratificante fazer parte deste grupo de atletas", expressou.
Mafalda Pires de Lima recordou também a qualificação olímpica, conseguida em 25 de abril, também em França, em Hyères, na derradeira vaga da última regata que lhe permitia o acesso no kite feminino, sofrimento que descreveu transformar-se em "alívio".
"Era algo que já esperava, mas foi um alívio ter conseguido. Ao fim de tanto tempo a tentar...", desabafou.
Proveniente de uma família com tradição na vela, foi com naturalidade que começou a velejar desde tenra idade, mas a 'Mafalda de 10 anos' estaria longe de imaginar o quão longe chegaria.
"Na altura, nem sabia o que eram os Jogos Olímpicos. Acho que só aos 16 anos, quando me qualifiquei para os Jogos Olímpicos da Juventude [FOGE], é que o sonho começou a ganhar forma", confessou.
Com diversos pódios europeus e mundiais nos escalões de formação, ainda antes de reformular a carreira, numa transição para o kite que apenas aconteceu nos últimos três anos, a atleta pretende fazer jus ao seu potencial de forma cautelosa, apontando a voos maiores a Los Angeles2028.
"Acho que ainda é muito cedo para falar em medalhas e o futuro continua incerto, mas tenho essa ambição de melhorar todos os dias e participar em mais uns Jogos", concluiu.
Além de Mafalda Pires de Lima, que disputa a competição do kite feminino entre 04 e 08 de agosto, Diogo Costa e Carolina João (classe 470 misto), bem como Eduardo Marques (classe ILCA 7), compõe a comitiva portuguesa na vela.
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