Portugal estará em Paris2024 com “uma missão olímpica mais pequena, mas mais qualificada do ponto de vista desportivo”, defendeu José Manuel Constantino, que se mostrou pessimista relativamente à recuperação das atletas Patrícia Mamona e Auriol Dongmo.

“A minha perspetiva é a de que nós iremos a Paris com uma missão olímpica mais pequena, mas mais qualificada do ponto de vista desportivo, ou seja, com um valor médio mais alto. Faltam fechar várias modalidades, designadamente o atletismo e o judo, mas a nossa expectativa face aos 47 já apurados é de que temos modalidades com valor médio muito alto. E, portanto, no global, a minha expectativa é de que, sendo menos atletas, tenham um valor desportivo superior”, avaliou o presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP).

Quando faltam dois meses para o arranque dos Jogos Olímpicos, um ‘marco’ que se assinala no domingo, José Manuel Constantino disse à Lusa que mantém as expectativas quanto aos resultados perspetivados para a missão lusa, que confia terá entre “os 70 e os 80” atletas.

“A preparação vai bem, com os percalços que se conhecem relativamente a atletas de topo e que continuam impossibilitados de garantir a respetiva preparação desportiva. E, quanto ao resto, do ponto de vista estritamente desportivo, não temos nada a assinalar à boa relação com as federações, com os atletas, e os resultados que estão a ser alcançados no essencial, no global, correspondem às nossas expectativas, naturalmente com exceção daquilo que ocorreu no futebol e no andebol”, reiterou.

Ultrapassado o ‘impasse’ no caso Pedro Pablo Pichardo – o campeão olímpico do triplo salto garantiu o apuramento para Paris2024 no primeiro salto da época -, o máximo dirigente desportivo nacional confessa-se agora apreensivo quanto à recuperação de Patrícia Mamona, prata no triplo salto em Tóquio2020, e da lançadora Auriol Dongmo, quarta no peso em Tóquio2020.

“Os feedbacks que tenho são do departamento desportivo do COP, e não são, em relação à Auriol, muito otimistas e, em relação à Patrícia, há alguma expectativa que ela possa recuperar da lesão”, detalhou.

Dongmo, que não compete desde meados de setembro de 2023, já tem assegurados mínimos para estar na capital francesa, mas o presidente da Federação Portuguesa de Atletismo, Jorge Vieira, disse recentemente à Lusa que “é muito difícil, muito improvável” a sua participação nos Jogos.

Já Patrícia Mamona está a recuperar de lesões nos joelhos que a afetam há praticamente um ano e ainda não tem mínimos para os Jogos Olímpicos, agendados entre 26 de julho e 11 de agosto.

“Eu estou preocupado com a recuperação desportiva da Patrícia. O resto logo se vê. Se ela consegue ou não fazer um salto em que obtenha marca de qualificação para Paris”, pontuou José Manuel Constantino.

Mas nem tudo são más notícias para a missão portuguesa, que será reforçada por Agate Sousa, atleta são-tomense que já tem marca de qualificação no salto em comprimento para os Jogos Olímpicos Paris2024 e que foi autorizada pela World Athetics a competir por Portugal.

“Foi trabalho da federação. O COP não teve qualquer intervenção nessa matéria. É mérito da federação. É um reforço muito importante, atendendo ao valor da atleta, […] que tem um valor médio alto. E, portanto, vai acrescentar valor à nossa missão”, concluiu.