O ouro de Pedro Pichardo e a prata de Patrícia Mamona, além de dois bronzes, contribuíram decisivamente para que Tóquio2020 fosse a melhor prestação de sempre de Portugal em Jogos Olímpicos, destronando Los Angeles1984.

Realizados com um ano de atraso devido à pandemia de covid-19, os Jogos da capital japonesa foram históricos para a Missão portuguesa, que conquistou quatro medalhas, 15 diplomas, 35 classificações acima do 16.º lugar e um recorde de 57 pontos,

A prestação em Tóquio2020 superou finalmente no ‘medalheiro’ a de Los Angeles1984, onde Carlos Lopes conquistou na maratona o primeiro título olímpico de sempre para Portugal, que festejou ainda os bronzes de António Leitão (5.000 metros) e de Rosa Mota (maratona).

Há três anos, na capital japonesa, Pedro Pichardo alcançou a quinta medalha de ouro portuguesa em Jogos e com um recorde nacional na altura de 17,98 metros, marca que recentemente bateu, ao sagrar-se vice-campeão europeu em Roma, com um salto de 18,04.

Além de Pichardo, contribuíram para a melhor prestação lusa de sempre Patrícia Mamona, ao sagrar-se vice-campeã olímpica também no triplo salto, o judoca Jorge Fonseca (-100kg) e o canoísta Fernando Pimenta (K1 1.000 metros), que regressaram de Tóquio2020 com bronzes.

O trajeto medalhado de Portugal iniciou-se precisamente há 100 anos, em Paris1924, 12 anos depois da estreia em Jogos, com um bronze no Prémio das Nações de equestre, seguindo-se a espada por equipas, que deu novo bronze em Amesterdão1928, e um novo terceiro lugar no equestre, em Berlim1936.

O primeiro ‘bis’ surgiu em Londres1948, com Duarte Bello e Fernando Bello a chegarem à prata em Swallow (vela), e Portugal a festejar ainda o bronze na prova de equipas de ensino, naquela que foi a terceira medalha do hipismo luso em Jogos.

Seria a vela a dar novas alegrias a Portugal em Helsínquia1952, onde Joaquim Fiúza e Francisco Andrade chegaram ao bronze na classe Star, e Roma1960, com Mário Quina e José Quina a sagrarem-se vice-campeões olímpicos também em Star.

Foi preciso esperar até Montreal1976 para Portugal conquistar novamente medalhas, com Carlos Lopes a ir à prata nos 10.000 metros, numa edição em que Armando Marques conseguiu também o segundo lugar no tiro, em fosso olímpico.

Depois de Los Angeles1984, novo ouro em Seul1988, com Rosa Mota a confirmar os créditos na maratona, no único ‘metal’ luso dessa edição.

O terceiro ouro chegou em Atlanta1996, com Fernanda Ribeiro nos 10.000 metros, edição em que os velejadores Hugo Rocha e Nuno Barreto conquistaram o bronze na classe 470.

Quatro anos depois, novo 'bis', com dois bronzes em Sydney2000, por Fernanda Ribeiro e o judoca Nuno Delgado, mas foi em Atenas2004, no regresso ao ‘berço’ dos Jogos, que voltaram a ser conquistadas três medalhas.

O ciclista Sérgio Paulinho surpreendeu o pelotão e conquistou a prata na prova de fundo, o mesmo ‘metal’ alcançado por Francis Obikwelu, que se tornou num dos homens mais rápidos de sempre nos 100 metros, com um tempo de 9,86 segundos – é recorde português até hoje e foi europeu até Tóquio2020, onde foi superado pelo italiano Marcell Jacobs (9,80). Às duas pratas, juntou-se o bronze de Rui Silva nos 1.500 metros.

O penúltimo dos ouros olímpicos chegou em Pequim2008, num triplo salto de Nélson Évora, a que se somou a prata no triatlo, por Vanessa Fernandes.

Os canoístas Emanuel Silva e Fernando Pimenta conseguiram a prata no K2 1.000 metros em Londres 2012, com Telma Monteiro a assegurar o bronze no judo no Rio2016.