O nadador francês Léon Marchand venceu hoje os 200 metros mariposa e bruços em praticamente duas horas, impondo-se como o primeiro tricampeão olímpico em Paris2024, que desfez a ambição da dupla tenística espanhola ‘Nadalcaraz’.
Três dias depois de ter dominado os 400 estilos, batendo o recorde olímpico do ‘lendário’ norte-americano Michael Phelps em vigor desde Pequim2008, Marchand correspondeu à expectativa em dose dupla, deixando ao rubro a La Défense Arena, na capital de França.
O atleta, de 22 anos, começou por conquistar os 200 mariposa em 1.51,21 minutos, com uma ultrapassagem nos derradeiros 50 metros ao húngaro Kristóf Milák, autor da melhor marca mundial e vencedor em Tóquio2020, que gastou mais 0,54 centésimos e perdeu o recorde olímpico, ao passo que o canadiano Ilya Kharun selou o pódio, a 1,59 segundos.
Duas horas depois, os 2.05,85 minutos cronometrados nos 200 metros bruços bastaram igualmente para atualizar o tempo definido há três anos pelo neozelandês Zac Stubblety-Cook, ‘vice’, a 0,94 segundos, seguido pelo neerlandês Caspar Corbeau, bronze, a 2,05.
Se Marchand reforçou o estatuto de principal ‘coqueluche’ dos anfitriões em Paris2024, a norte-americana Katie Ledecky alcançou a compatriota Jenny Thompson como nadadora mais vezes campeã em Jogos Olímpicos, ao totalizar oito ouros, três pratas e um bronze.
Nos 1.500 livres, distância mais longa do programa feminino, a recordista mundial retirou mais de cinco segundos ao seu máximo olímpico, cronometrando 15.30,02 minutos, sem luta da francesa Anastasiia Kirpichnikova (15.40,35) ou da alemã Isabel Gose (14.41,16).
Ledecky, de 27 anos, tinha arrancado a quarta participação em Jogos com o bronze nos 400 livres e juntou-se agora a Jenny Thompson e à canoísta germânica Birgit Fischer, já retiradas, na vice-liderança das mulheres mais tituladas no evento, atrás das nove conquistas da ginasta soviética Larisa Latynina.
História também protagonizou a sueca Sarah Sjöström, ao quebrar a ‘malapata’ nos 100 livres - em que é recordista mundial desde 2017 -, com 52,16 segundos, 13 centésimos mais rápida que a americana Torri Huske, e 17 face a Siobhán Haughey, de Hong Kong.
A espera por novas marcas planetárias terminou na derradeira final do quinto dia, com o chinês Pan Zhanle a finalizar os 100 livres em 46,40 segundos, 40 centésimos abaixo do anterior registo, que já lhe pertencia desde os Mundiais de Doha, no Qatar, em fevereiro.
O australiano Kyle Chamers, a 1,08 segundos, e o romeno David Popovici, a 1,09, foram os principais perseguidores de Zhanle, de 19 anos, que assegurou um dos três êxitos no quinto dia dos Jogos Olímpicos Paris2024 da China, a nova líder isolada do medalheiro, com nove ouros, um acima do Japão, que passou a ostentar os mesmos oito da França.
Os nipónicos ficaram-se pelo inédito ‘tetra’ no concurso completo masculino de ginástica artística, no qual Shinnosuke Oka suplantou os chineses Zhang Boheng (86,599) e Xiao Ruoteng (86,364) com 86,832 pontos, sucedendo ao compatriota e campeão mundial Daiki Hashimoto, sexto, que o tinha ladeado há dois dias na vitória no ‘all-around’ por equipas.
De saída do pódio do medalheiro, a Austrália só adicionou um ouro por causa da inédita ‘dobradinha’ na canoagem slalom, com Jessica Fox a associar o ‘bis’ em canoa (C1) à primeira vitória atingida no domingo nos caiaques (K1), rumo ao sexto pódio da carreira.
Paris2024 atribuiu mais 18 títulos e três diplomas a Portugal, num dia em que os tenistas espanhóis Rafael Nadal e Carlos Alcaraz perderam frente aos norte-americanos Austin Krajicek e Rajeev Ram, por 6-2 e 6-4, nos quartos de final da prova de pares masculinos.
No court central de Roland Garros, onde cimentou um recorde de 14 troféus no segundo Grand Slam da época, Nadal encerrou a quarta presença em Jogos Olímpicos, dois dias depois de ter ‘caído’ face ao sérvio Novak Djokovic, número dois mundial e recordista de ‘majors’ masculinos (24), na segunda ronda de singulares, que festejou em Pequim2008.
O ‘rei’ da terra batida, de 38 anos e com 22 Grand Slams arrebatados, sai de cena, mas Alcaraz, de 21 anos, terceiro ATP e o mais novo de sempre a assumir a topo do ranking, continua no torneio de singulares e encara o americano Tommy Paul, 13.º, nos ‘quartos’.
Aos 36 anos, a alemã Angelique Kerber, ex-líder do ranking WTA e única mulher no ativo com conquistas individuais em três Grand Slam, encerrou a carreira profissional no ténis, graças ao desaire por 6-7 (4-7), 6-4 e 7-6 (8-6) perante a chinesa Zheng Oinwen, sétima mundial, nos ‘quartos’ do torneio de singulares femininos, do qual já foi prata no Rio2016.
As águas do rio Sena acomodaram os primeiros eventos de triatlo, após o adiamento por um dia da prova masculina, devido à poluição, mas as competições de surf prosseguem suspensas, em função das condições climatéricas adversas em Teahupo’o, na Polinésia Francesa, a mais de 15 mil quilómetros de Paris, protelando as finais previstas para hoje.
Comentários