“O ideal seria repetir ou aumentar a dose [de Tóquio, em 2021], é sempre esse o objetivo. Que todos ultrapassem os seus melhores desempenhos para que no fim possamos ter algum atleta no pódio. Falo no singular, porque é difícil quando nos faltam duas competidoras fundamentais, duas baixas de monta para finalistas e medalhados”, sintetizou o dirigente, em declarações à agência Lusa.

No Japão, Patrícia Mamona foi vice-campeã olímpica do triplo salto, enquanto Auriol Dongmo foi quarta, a somente cinco centímetros do bronze.

Sem as duas lesionadas, a maior esperança de pódio reside no campeão olímpico Pedro Pichardo, que vai defender a medalha de ouro no triplo salto, depois de ter sido vice-campeão europeu em Roma2024, atrás do espanhol Jordan Díaz.

“Espero que defenda o seu título até ao limite das suas forças e sei que vai dar tudo o que tem e sabe para o manter. Seria original em Portugal, um desportista ser duas vezes campeão olímpico. Tenho grande esperança nele, até porque não acredito que se vão repetir as marcas do Europeu com dois atletas na casa dos 18 metros”, ilustrou.

Os campeões Carlos Lopes, Fernanda Ribeiro e Rosa Mota conseguiram juntar outra medalha ao ouro olímpico, algo agora ao alcance de Pichardo e que escapou a Nelson Évora.

O presidente da FPA entende que é difícil substituir no lote dos favoritos as ausências de Patrícia Mamona e Auriol Dongmo, contudo destacou alguns nomes como potenciais finalistas, com a esperança de que possam lutar pelos primeiros lugares.

“Liliana Ca é uma atleta que se supera bem e enfrenta bem estes grandes momentos. Tem mais três anos relativamente a Tóquio e está muito bem, em bom estado de forma”, elogiou, sobre a quinta classificada no lançamento do disco nos últimos Jogos, disputados em 2021.

Na mesma modalidade, elogiou igualmente Irina Rodrigues, “embora sem o mesmo nível de competitividade”.

Destacou ainda Agate Sousa, medalha de bronze nos Europeus Roma2024 no salto em comprimento.

“Espero que esteja no seu melhor, pois tem valor para a final e aí tudo pode acontecer”, vincou Jorge Vieira, enaltecendo ainda o meio-fundista Isaac Nader, sempre “dependente das provas táticas” das outras seleções.

“Estes são os principais nomes de quem podemos esperar algo mais do que participar, que já é extraordinário, pois já têm de ser dos melhores do mundo para lá estar, pois os números já são muito seletivos”, sentenciou.

Desejou ainda os “maiores êxitos” a todo o desporto português que, no seu entender, “com muito poucos meios, tem conseguido fazer muito”.

“É um setor que tem demonstrado que merece apoio e atenção diferente da que tem merecido. O alto rendimento evoluiu muito, mas necessita de carinho, apoio, incentivo e outros modelos de funcionamento e outros planos de desenvolvimento”, concluiu.

A FPA confirmou hoje os 22 atletas que vão integrar a Missão Portugal em Paris2024, numa lista que junta aos 13 detentores de marcas de apuramento, entre as quais a ausente Auriol Dongomo, os 10 apurados por ranking.

Fora dos Jogos Olímpicos, pela primeira vez desde Sydney2000, vai estar o marchador João Vieira, após seis presenças.