Brian Pintado, no setor masculino, e Yang Jiayu, no feminino, são os novos campeões olímpicos dos 20 km marcha, no que é o regresso do Equador e da China ao lugar mais alto do pódio.
As provas, hoje disputadas em Paris, no arranque do atletismo nos Jogos Olímpicos Paris2024, não podiam ter sido mais diferentes, com Pintado a definir o seu triunfo com um forte ataque nas última de 20 voltas, enquanto Jiayu se distanciou ainda antes de metade do percurso, chegando a ter mais de 40 segundos de avanço.
Desde Atlanta'96, então com Jefferson Perez, que o Equador não tinha um campeão olímpico de marcha. Pintado, de 29 anos e vice-campeão mundial de 35 km marcha, é o sucessor, ele que nem sequer estava na primeira linha de favoritos.
O equatoriano foi ficando sempre no grupo da frente e, depois, atacou forte no último quilómetro, vencendo em 1:18.55 horas, com o pódio a completar-se com os experientes Caio Bonfim, do Brasil (1:19.09) e Álvaro Martin, de Espanha (1:19.11), o campeão mundial em título.
O campeão de Tóquio2020, o italiano Massimo Stano, aguentou bem quase até ao fim e foi quarto posicionado, a 17 segundos.
Caio Bonfim, que consegue no percurso parisiense o melhor registo da sua carreira, é um 'visitante' habitual de Portugal, no centro de estágio de Rio Maior, onde este ano voltou a ultimar a preparação para uma grande competição.
O desaire de Itália, que há três anos conseguiu os dois títulos de 20 km marcha, foi ainda mais intenso na prova feminina, com o 'colapso total' de Antonella Palmisano, forçada a abandonar.
Da sempre forte 'armada' chinesa sobressaiu hoje Yang Jiayu, de 28 anos, recordista mundial da disciplina e campeã mundial de 2017. Para a grande potência asiática, este é o quarto triunfo, em sete edições da prova.
Ainda antes do meio da prova, embalou para uma prestação solitária, concluída em 1:25.54 horas, uma marca de grande valia, atendendo aos 23 graus de temperatura e 86% de humidade.
Desde a cerimónia de abertura que o mau tempo teima em não largar Paris2024 e hoje não foi exceção, com a trovoada a atrasar a partida em meia hora, deixando o piso - já por sim irregular e desnivelado - escorregadio.
Também em femininos a Espanha esteve em grande, com a prata de Maria Perez (1:26.19), a dupla campeã de Budapeste, no ano passado.
O bronze foi para a australiana Jemima Montag (1:26.25).
Duas portuguesas competiram hoje, com Vitória Oliveira a ser 38.ª e Ana Cabecinha a 43.ª.
Última a cortar a meta, Ana Cabecinha despede-se da alta competição no centro de Paris, conseguindo uma histórica quinta participação olímpica, no que iguala os também marchadores João Vieira e Susana Feitor e a fundista Fernanda Ribeiro.
A recordista nacional desta vez não correu para o top-10, os lugares habituais na sua carreira, mas conseguiu um feito impressionante, também, já que foi mãe há menos de três meses e este ano treinou quase sempre grávida.
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